Durão Barroso: “Europa está atrás na Inteligência Artificial, apesar dos engenheiros de qualidade”

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O ex-presidente da Comissão Europeia crê que o conjunto dos 27 Estados-membros, devido à pool de talentos, tem potencial para crescer na digitalização, mas não duvida de que sobressaem duas potências nesta área: Estados Unidos e China.

O ex-presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro-ministro, José Manuel Durão Barroso, disse esta quarta-feira que a Europa está atrás das grandes potências mundiais no desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA) – os Estados Unidos e a China – apesar da qualidade dos seus recursos humanos tecnológicos.

 “A concorrência existe. Quem vai liderar o mundo na IA? EUA, China…? A verdade é que a Europa está atrás, apesar dos engenheiros de qualidade”, afirmou, no evento de tecnologia Building The Future, organizado pela Microsoft e pela consultora de inovação imatch.

Durão Barroso considera que, apesar deste atraso em relação às maiores economias do mundo, a União Europeia tem as características necessárias para prosperar na IA. “Tem um ecossistema bom para a digitalização, portanto há potencial para o progresso, mesmo com alguns problemas, como a escassez de financiamento. A pool de talentos é forte para a Europa se tornar relevante”, argumentou.

A IA é uma tecnologia transformadora que muda a forma como produzimos bens e a maneira como interagimos uns com os outros – Durão Barroso

E mencionou ainda como as empresas chinesas estão tanto preocupadas como impressionadas com a Sora da OpenAI. Para quem não está familiarizado com este sistema apresentado há uns dias, trata-se de um conversor de texto em vídeo que transcende tudo o que vimos até agora. Mesmo um empresário da rival China apelidou a Sora de “momento Newton”, porque é como assistir a um filme com imagens reais, mas foram todas geradas por IA a partir de meras palavras.

Para Durão Barroso, a IA permite “reforçar o potencial do cérebro humano”, “criar novos padrões” e “reconhecer conexões” que os seres humanos ainda não conseguem. “Tenho lidado com a IA há algum tempo, mas tornou-se de facto um tema no ano passado. Aliás, dominou todas as discussões em Davos”, recordou o gestor, antigo político e presidente do conselho de administração da GAVI – Aliança Mundial para Vacinas e Imunização.

O também presidente não-executivo e assessor no Goldman Sachs International destacou ainda o relatório do banco norte-americano que concluiu que esta tecnologia pode impactar 300 milhões de empregos no Planeta e aumentar o PIB mundial em 7% (quase sete biliões de dólares ou 6,5 biliões de euros) e a produtividade em 1,5 pontos percentuais até 2033.

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