“É um erro achar que a governance substitui ingredientes principais de uma empresa”, diz CEO da Visabeir

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Nuno Marques considerou durante o Forbes Annual Summit 2023: Empower the Future que tem lugar esta terça-feira, que este critério não substitui a cultura e valores de uma entidade corporativa, mas que com esses bons ingredientes “consegue ser uma cola que faz a diferença”. João Moreira Rato salienta que tem havido uma evolução positiva ao nível da governance.

“Achar que a governance substitui aquilo que são os ingredientes principais que uma empresa deve ter é cometer um erro”. A ideia foi defendida por Nuno Marques, CEO do Grupo Visabeira, durante o painel dedicado ao tema ‘ESG: a relevância do G’ no evento Forbes Annual Summit 2023: Empower the Future que tem lugar esta terça-feira e que reúne decisores políticos, empresários e académicos, para debater o papel da inovação para um futuro mais justo e mais sustentável.

Este painel que contou também com a participação de João Moreira Rato, presidente do Instituto Português de Corporate Governance e Assunção Cristas, professora da Nova School of Law e responsável pela plataforma de serviços integrados ESG da Vieira de Almeida.

Para o CEO da Visabeira a governance não substitui a cultura e valores de uma entidade corporativa, mas realçou que uma boa governance “com esses bons ingredientes consegue ser uma cola que faz a diferença”, dando como exemplo o modelo aplicado pelo Grupo Visabeira em 2020.

“Alteramos o nosso modelo de governance criando um conselho geral de supervisão onde procuramos dar uma robustez, independência e supervisão. Este modelo pode ser adequado em diversas situações, mas depende de como são implementados, mas eles estão em constante mudança. Para nós tem sido um modelo implementado com sucesso e está a potenciar aquilo que de bom fazemos. Há sempre aspetos a melhorar, não é um processo simples de implementar, tem muito a ver com a mentalização da alteração de papéis. Sou um defensor de que uma boa governance cria valor”, sublinhou.

Por seu turno, João Moreira Rato, assumiu que tem existido uma maior sensibilidade para a governance. “Tem havido uma evolução positiva ao nível do governance. As empresas emitentes do PSI e como um todo tem aderido cada vez maior ao código do IPCG. O G é um pilar do E do S, porque o G é que permite de alguma forma que se tomem decisões mais sólidas para suporte do E e S”, afirmou.

Contudo, o presidente do IPCG alertou que a entidade não sabe como é posta em prática toda uma infraestrutura. “Há certos mecanismos da governance que dão algumas garantias. Um deles é a escolha de independentes, onde há uma comissão de nomeações que escolhe um perfil. A ideia não é entrar na empresa e microgerir a sua cultura no dia-a-dia. Os estudos empíricos mostram que existe uma associação forte entre melhor governance e mais valor, mas é difícil concluir é em que direção está relação vai”, referiu.

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