Em Portugal e Espanha. Agricultores mantêm marchas lentas e bloqueios de estradas

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Na Benedita, em Alcobaça, cerca de três dezenas de tratores ocupavam as estradas esta manhã. Ricardo Santos, um dos agricultores do protesto, relembrou que os profissionais exigem que o Governo “passe das palavras às ações”.

“Nós precisamos das coisas escritas num papel para termos a certeza que o Governo vai cumprir com o que promete”, afirmou à RTP.

Também em Fuentes de Oñoro, a pouco mais de dois quilómetros da fronteira com Portugal, os agricultores mantêm os bloqueios nas estradas. A manifestação obrigou ao desvio de trânsito em Vilar Formoso.

Os agricultores cortaram a circulação nos dois sentidos nas duas vias que unem os dois países, a autoestrada E-80 e a Nacional N-620.

Segundo a GNR da Guarda, para quem viaja de Espanha, o trânsito está a ser desviado em Ciudad Rodrigo em direção à fronteira de Portugal pela zona de Aldeia Velha, no concelho do Sabugal, fluindo depois para o Sabugal e a partir daí seguindo para a A23 ou A25.

A concentração dos agricultores espanhóis estava agendada para terça-feira, mas através de mensagens no WhatsApp os profissionais do setor anteciparam a data para esta segunda-feira, apanhando de surpresa as autoridades.


“Todos andam a fazer pouco de nós com a política agrária há 30 anos. Os agricultores e os criadores estão a desaparecer. Medidas incompreensíveis”, lamentou um dos manifestantes em declarações à RTP.

Andam a matar-nos as vacas há 30 anos, nem sabemos o que fazer com elas. Os saneamentos não servem de nada. Os produtos cada vez valem menos, cada vez há mais burocracia”, continuou. “Estamos desesperados. Dizem que querem defender as pessoas, mas é ao contrário”.

A circulação no local está interrompida desde as 8h00, altura em que os agricultores bloquearam as vias com dezenas de tratores e veículos agrícolas, divulgou a agência EFE.

Os trabalhadores exigem melhores condições, à semelhança do que aconteceu nas últimas semanas em vários países da União Europeia. Os manifestantes asseguram que vão manter o protesto naquelas vias transfronteiriças até serem ouvidos pelas entidades.

c/ Lusa

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