Excesso de mortalidade? "Não podemos isolar os dias que correram mal"

9 meses atrás 81

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considerou, esta sexta-feira, ser incorreto "isolar os dias que correram mal" no que diz respeito ao excesso de mortalidade verificado no final de 2023 e no início de 2024, tendo salientando que, na sua ótica, Portugal está a voltar "ao padrão de mortalidade dos anos pré-pandemia".

"Tivemos, nos últimos dias de 2023 e nos primeiros dias de 2024, excesso de mortalidade, quer no grupo de pessoas mais idosas, quer também no grupo das pessoas entre os 45 e os 64 anos. Em todo o caso, estes alertas de mortalidade servem para chamar a nossa atenção para ver os problemas que possam existir, mas não podemos tirar conclusões sobre alguns dias", argumentou o responsável pela pasta da Saúde, em declarações aos jornalistas.

Na ótica de Pizarro, é necessário "preciso avaliar o mês no seu conjunto" e no "conjunto do ano", uma vez que a mortalidade "reduziu de forma significativa" em 2023.

"O ano de 2023 foi, por exemplo, no seu conjunto, um ano em que a mortalidade em Portugal se reduziu de forma significativa. Tivemos cerca de menos seis mil óbitos do que no ano anterior, parecendo termos voltado, finalmente, ao padrão de mortalidade dos anos pré-pandemia", equacionou, tendo salientando que "não podemos isolar os dias que correram mal".

O responsável desvalorizou ainda os alertas da diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, que disse ser "previsível" que esta semana não se registe uma descida do excesso de mortalidade.

"Significa apenas, e bem, que estamos muito atentos aos dados do dia a dia, para tentar perceber se há outras coisas que devemos fazer", justificou.

Sublinhe-se que Portugal foi considerado o país com maior excesso de óbitos na primeira semana de 2024, entre os 25 que constituem a rede europeia EuroMOMO, que calcula semanalmente os números da mortalidade dos países membros. Segundo o organismo, o país tem uma pontuação de 12,14.

Já de acordo com o Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), Portugal registou 5.542 mortes nas primeiras duas semanas de 2024 (até à publicação desta peça, esta sexta-feira, dia 12), sendo o início de ano em que mais pessoas morreram desde 2021, durante a pior fase da pandemia de Covid-19 no país.

Nos primeiros quatro dias de 2024 foram registados 2.119 óbitos. Nos últimos dez anos nunca foram registadas mais do que duas mil mortes nesse período. Nem em 2021, ano marcado pela pandemia.

Leia Também: Mortalidade excessiva na faixa dos 45-64 anos "tem de ser analisada"

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