Os dados macro da economia chinesa são mistos. Se por um lado o PIB real surpreendeu pelo crescimento, por outro o PIB nominal não registou melhorias. Para a Generali Investments os dados de março são, acima de tudo, desapontantes.
A Generali Investments mantém a sua análise de uma recuperação em L, um cenário mais pessimista, para a economia da China, isto apesar dessa perspetiva ter sido melhorada pelos dados positivos das exportações.
A análise do economista sénior da Generali AM, Christoph Sieppman, refere que, por um lado, o PIB real surpreendeu pela positiva no primeiro trimestre, ao crescer 5,3% ao ano, comparando com as previsões que apontavam para uma evolução de 4,6%. Esta melhoria deveu-se sobretudo ao sector da manufatura. Por outro lado, e ao mesmo tempo, o crescimento do PIB nominal manteve-se inalterado em 4,2% face ao mesmo período do ano passado.
Face a estes dados, a Generali Investments reviu a sua previsão de crescimento do PIB chinês em 2024 para 5%.
A atividade económica de março perdeu alguma pujança. Segundo a Generali Investments, as vendas de retalho desapontaram após os feriados do Ano Novo Chinês (mais 3,1% face ao mesmo período do ano passado). A produção industrial também abrandou (mais 4,5% face ao período homólogo) e o sector imobiliário continua estagnado. A inflação recuou para 0,1%, principalmente devido ao preço dos bens alimentares (menos 2,7% face ao mesmo período de 2023).
Apesar dos “dados incoerentes”, a Generali Investments mantém a previsão de uma recuperação em L, um cenário mais pessimista, da economia chinesa. Prevê que as exportações devem manter uma tendência de crescimento, algo justificado pelos sinais do sector da manufatura a nível global. A Generali estima que o sector imobiliário continue a ser problemático, mas admite que o seu impacto na economia da China deverá ser mais moderado.