Francisco Neto: «Estamos a chegar à 1.ª divisão e a aprender com os erros»

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Francisco Neto fez esta segunda-feira a antevisão ao jogo com a França, a contar para a 6.ª e última jornada do Grupo A2 da Liga das Nações. A partida joga-se amanhã no Estádio Municipal de Leiria (18h15) e o selecionador nacional falou aos jornalistas após o último treino da equipa das quinas, que teve lugar esta manhã na Cidade do Futebol. 

Espírito após a derrota com a Noruega? "O espírito, como é lógico, depois das derrotas nunca é o mesmo. Mas é algo que temos vindo a falar com elas há muitos anos. Equipa tem passado por muito durante muito tempo. A nossa estratégia tem sido, na vitória ou na derrota, 24 horas de festejo ou de luto para depois focar no próximo objetivo. Felizmente ainda temos um objetivo desportivamente neste grupo. É o único grupo onde esta posição de manutenção na Liga A ainda está em aberto. Teremos de garantir a nossa parte, que é este desafio enorme de vencer a França, para depois, e infelizmente não dependendo só de nós, que é algo gostamos tanto, chegar ao objetivo que queremos."

Jéssica Silva, Telma Encarnação e Kika: "A Jéssica não estará connosco, estará impossibilitada de contribuir desportivamente. Francisca e Telma estão no seu processo de recuperação. Possivelmente poderão ter alguns minutos. Hoje houve treino, agora tratamentos, a mais de 24 horas, são situações que estão no limite. A Kika já esteve no banco no ultimo jogo, se tudo correr bem [hoje] estarão ambas disponíveis para integrar as 23. Mas será decisão tomada ao final do dia com a Unidade de Saúde e Performance."

Descida pode ser revés na onda de entusiasmo recente para o futebol feminino? "Espero bem que não, que o entusiasmo não se baseie apenas nos resultados da Seleção A. O futebol feminino português tem de ser muito maior. Temos tanta coisa a acontecer, tanta coisa importante, tanto trabalho tão bem feito… Sabemos e assumimos responsabilidade de, enquanto Seleção A, te rum lado muito visível e impactante no gosto dos portugueses pela modalidade. Mas queremos que pessoas se identifiquem pelo todo. Acredito que quem gosta e tem acompanhado vai continuar. E os bons adeptos e os bons portugueses são bons nos bons e nos maus momentos."

Balanço desta Liga das Nações: "Também olhamos muito para o lado do resultado, é importantíssimo, mas a também a forma como esta equipa tem competido na Liga das Nações. É algo que tem de deixar portugueses orgulhosos. Com altos e baixos, melhores e piores. Este último com a Noruega foi o jogo em que fomos menos competitivos no todo. No 1º jogo com a França, com a Noruega em nossa casa e os dois com a Áustria, sendo equipa de pote 4, Portugal procurou assumir, pressionar alto e criou oportunidade de golo em todos. Fomos sempre muito competitivos. Por isso amanhã queremos voltar a esse registo. Estamos a chegar à 1ª divisão e a aprender com os erros. Infelizmente, ao mínimo erro temos sofrido com isso, mas é parte do nosso crescimento. Só chegámos aqui porque jogámos muitas vezes com as melhores, só vamos continuar a ser melhores se continuarmos a competir com as maiores. Independentemente de amanhã, Portugal quer afirmar-se nesta divisão. Tudo faremos para continuar e no futuro jogar mais jogos desta dimensão."

Só com nova geração é possível dar o salto? "Não, não... Estamos a olhar muito só para o resultado. Percebo a pergunta, mas se olharmos para os 2 jogos da Áustria, se os resultados tivessem sido diferentes, se calhar não estávamos a falar disto. Portugal teve muito mais oportundiades, o grande problema foi a nossa falta de eficácia. Se calhar teríamos 9 pontos. Fizemos jogo brilhante com a Noruega em casa, competimos muito bem com a França, fizemos uma 2.ª parte muito boa. Estamos a chegar lá. Estivemos no Europeu, no Mundial, temos competido com elas. Todas as equipas de pote 4 que chegaram à Liga A, Suíça, País de Gales e  Escócia, estão a passar pelos mesmos problemas. Estamos a chegar, queremos permanecer, sentimos que temos competencia e qualidade para isso. Vamos ficar mais vezes, se não for agora será no futuro. O que é que tem mudado? A nossa ideia de jogo. Está a crescer. Para jogar com os melhores, temos de mudar, querer assumir mais o jogo, de nos expor mais e de crescer. São as nossas dores de crescimento. Jogadoras estão nesse processo adaptativo e faz com que cometamos alguns erros,q que infelizmente têm sido penalizados. Se queremos algo mais no futuro, a ideia tem de ser audaz, levar as  jogadoras para zonas de menos conforto. Temos de querer assumir e pressionar alto. As equipas de top são isso que fazem e queremos chegar lá. Para isso, temos de fazer o nosso caminho, que terá momentos melhores e piores. A nível de resultado o momento não é tão bom. Mas na coragem, na atitude no empenho e no compromisso, isso nunca vamos abdicar."


(em atualização)

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