“Fraude” e pedidos de “transparência”: O que dizem os partidos sobre situação na Venezuela?

2 meses atrás 74

A maioria dos partidos condenou os resultados divulgados e exige transparência na eleição do presidente da Venezuela, enquanto o PCP saudou a vitória de Maduro.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que o presidente Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos. A maioria dos partidos condenou os resultados divulgados e exige transparência. Já o PCP saudou a vitória de Maduro.

Do lado do PS, os deputados socialistas saudaram a “expressiva participação popular” nas eleições venezuelanas de domingo passado, mas manifestam “a sua profunda preocupação face aos resultados eleitorais divulgados”.

“É fundamental que a verdade dos resultados reflita efetivamente a vontade do povo venezuelano. Por isso, os deputados do PS apelam à total transparência do processo eleitoral, com acesso e divulgação dos documentos de todas as assembleias de voto e resultados efetivos”, pediram.

Por sua vez, o CDS condenou “fortemente a violência ditatorial criada na Venezuela por parte do regime de Nicolás Maduro, por forma a impedir o acesso às atas das diversas mesas eleitorais onde ocorreu a votação presidencial venezuelana”.

“Os atos de agressão e repressão praticados contra o próprio povo são um sinal claro daquilo que o presidente venezuelano pretende evitar e da verdade expressas nas mesas de voto”, destacou o partido.

O presidente do Chega, André Ventura foi mais longe e defendeu que as eleições na Venezuela foram “uma fraude” e criticou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, por uma declaração “vazia e medrosa”, apelando a maior coragem do Estado português.

“Eu vou dizer isto com todos os riscos que acarreta, mas que me parece uma evidência. Eu acho que estas eleições foram uma fraude. Os estudos independentes que tínhamos até ao dia, e que ontem tivemos, nomeadamente à boca da urna, mostravam uma clara tendência de vitória dos movimentos da oposição face ao presidente Nicolás Maduro e aquilo que tivemos foi precisamente o contrário”, frisou.

Na Iniciativa Liberal, o presidente Rui Rocha acusou a comissão de não ser “credível” por estar “dominada por Nicolás Maduro”. “É, por isso, absolutamente indispensável que se conheçam os resultados das eleições mesa a mesa por todo o país. Não deve avançar qualquer reconhecimento desses resultados com base nas informações oficiais da CNE de Maduro”, disse Rui Rocha, num vídeo publicado nas redes sociais.

O Bloco de Esquerda também recorreu às redes sociais para reagir. “A crítica vem de Gabriel Boric e Gustavo Petro, presidentes do Chile e da Colômbia, progressistas que não se confundem com posições de Washington ou do argentino Javier Milei”, escreveu.

O partido considerou ainda que o “afastamento pelo regime de várias candidaturas de esquerda contribuiu para que a alternativa a Maduro seja uma frente neoliberal que quer privatizar os recursos do país”. E citou o presidente do Brasil, Lula da Silva, que disse “ou você ganha e fica ou você perde e sai”, concluindo que “falta transparência para se conhecer a resposta”.

Contrariando as reações dos outros partidos, o PCP saudou a eleição de Nicolás Maduro, considerando que as “forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas” alcançaram “mais uma importante vitória, com esta eleição”, contra “o projeto reacionário, antidemocrático e de abdicação nacional”

Os comunistas criticaram ainda as “manobras de ingerência, que foram amplamente propagandeadas”, e “denuncia as ações internas e externas que visem pôr em causa a sua legitimidade” e o “processo eleitoral e os seus resultados”.

O Livre afirmou que mesmo antes do ato eleitoral “várias candidaturas foram, com razões mais ou menos ambíguas, proibidas de se apresentar a votos”, e pediu “que haja transparência total sobre os resultados” para concluir apelando a “que haja uma verificação transparente e completa dos resultados eleitorais”.

Ler artigo completo