M.ª João Vieira Pinto
Directora de Redacção Marketeer
Se o que queremos é um final feliz, tudo vai depender do ponto em que damos a história por concluída. A frase não é minha, é de Orson Wells, mas eu acrescentaria: é como o respeito. Ele, ou a falta dele, é pilar que se ensina e partilha. Não vem em manuais. Ou se perfila, ou não. Ou se tem, ou não. Mas também depende sempre muito dele, o tal final feliz.
Eu, que já passei a barreira dos 50, sou da altura em que se respeitava os cabelos brancos. Em casa, na escola, no trabalho. Havia referências e reverência. Claro que, entretanto, o mundo mudou, e, com ele, noções e práticas foram atrás.
Há uns dias, em trabalho num restaurante, o empregado, com a idade da minha filha, insistia comigo de modo rude e altivo que eu estava enganada e não tinha a informação correcta. Ele, sim, é que sabia! E mesmo que, minutos depois, tenha admitido o erro, esse, o erro, já estava feito.
Escrevo este Editorial no dia em que o Rock in Rio ainda desenrola o novelo com Bárbara Guimarães e Sónia Tavares. Haverá sempre argumentário de todos os protagonistas, mas o “excesso de rigor” da organização não agarra alguém pelo braço, diria…
É que o que está aqui em causa, em ambos os casos, não é quem manda ou gere, mas o poder que se quer ditatorial de quem exerce com mediania… sem respeito e sem valores.
E tudo isto acontece, ainda, umas semanas depois da equipa da Marketeer ter andado em reportagem pela Madeira, a ilha que desde há anos dá lições ao continente sobre a forma de bem receber. Pois se o Turismo continua a ser um dos motores mais potentes do nosso País, que se olhe com atenção para as bases, que se dê formação com orgulho, que se perpetue cultura e história, que se ensine o valor de ter mais valor. Ou um dia, quando se perceber que nas tais bases não há cimento, mas pó, as traves e paredes cairão e, aí, será muito tarde para contar a história. A nossa história. Com orgulho, e um enorme respeito!
Editorial publicado na revista Marketeer n.º 335 de Junho de 2024
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