Influência russa ensombra eleições presidenciais e votação sobre adesão à UE na Moldávia

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O voto de mais de 100 mil eleitores terá sido comprado com o objetivo de "perturbar o processo eleitoral" na Moldávia, no valor de 13,6 milhões de euros, anunciou esta quinta-feira o chefe da polícia Viorel Cernauteanu numa conferência de imprensa na capital Chisinau. Um esquema "sem precedentes" cuja soma paga, apenas no mês de setembro, ascende aos 13,6 milhões de euros.

“A organização criminosa liderada por Ilan Shor recrutou pessoas dispostas a votar em troca de dinheiro” para um candidato nomeado no dia anterior através da rede social Telegram, de acordo com documentos revelados pelos investigadores. 

Ilan Shor, de 37 anos, é um oligarca e político moldavo pró-russo, condenado no ano passado à revelia por fraude e anunciou em abril, a partir de Moscovo onde se encontra exilado, a criação de uma coligação de partidos pró-russos da Moldávia.

A rede funciona com "uma estrutura hierárquica bem organizada" e tem  "alguns dos seus membros sediados na Rússia", segundo a Polícia da Moldávia. 

Sob a supervisão de 130 líderes territoriais, cerca de 70 mil "simpatizantes" pró-russos foram inscritos e pagos entre 46 e 93 euros por mês para meterem um boletim de voto anti-ocidente nas urnas e para votarem contra a adesão da Moldávia à UE, no referendo que acontece no mesmo dia das eleições. 

Foram efetuadas 25 buscas, esta quinta-feira, que resultaram na apreensão de "telemóveis e somas de dinheiro em várias moedas". 

O oligarco Ilan Shor reagiu na sua conta do Telegram que todos os pagamentos efetuados foram "legais" e acusou a Moldávia de se ter tornado "um Estado policial" e apelou às suas tropas para "continuarem a lutar".

A atual presidente da República da Moldávia e candidata favorita nas próximas eleições presidenciais, Maia Sandu , acusa regularmente Moscovo de travar uma "guerra híbrida" no país.

c/agências

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