Investimento líquido em capital de risco foi de 1,3 mil milhões em 2023

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O crescimento face a 2022 foi de 15% do número de fundos de capital de risco em atividade (para 284); de 29% dos montantes sob gestão (para 9,3 mil milhões de euros); e de 39% do número de participantes (para 14.981, dos quais 79% eram não profissionais), refere a CMVM.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) publicou hoje o “Relatório sobre a Atividade de Capital de Risco 2023”, que apresenta os principais destaques do setor e as conclusões da supervisão da atividade de capital de risco em Portugal. Nele conclui que no fim de 2023, existiam 76 entidades gestoras autorizadas a atuar em Portugal para gerir Organismos de Investimento Alternativo (OIA), eu seja, fundos de capital de risco, 71 das quais exercendo já atividade.

O Relatório confirma a tendência de crescimento contínuo observada nos últimos anos no setor.

O crescimento face a 2022 foi de 15% do número de fundos de capital de risco em atividade (para 284); de 29% dos montantes sob gestão (para 9,3 mil milhões de euros); e de 39% do número de participantes (para 14.981, dos quais 79% eram não profissionais), refere a CMVM.

O relatório diz que em 2023, o investimento líquido em capital de risco foi de 1,3 mil milhões de euros, quase duplicando em relação a 2022.

O relatório mostra ainda que o valor investido em seed capital, start-up ou early stage atingiu 1,2 mil milhões de euros, um aumento de 6% face ao ano anterior.

Adicionalmente, 33% das alienações de participações sociais registaram mais-valias face ao valor em carteira.

No final do ano, estavam disponíveis para investimento, em “caixa e depósitos bancários”, 2,2 mil milhões de euros, o que compara com 1,8 mil milhões de euros no final de 2022.

“No âmbito da supervisão, o ano de 2023 fica marcado por uma mudança estrutural na abordagem seguida com a entrada em vigor do Regime da Gestão de Ativos em maio, complementada pela publicação do Regulamento da CMVM n.º 7/2023”, diz o regulador que acrescenta que esta alteração “introduziu maior flexibilidade nos mecanismos de supervisão ex-ante e reforçou a abordagem de supervisão ex-post, aumentando a responsabilização das entidades gestoras”.

“Entre as ações de supervisão realizadas em 2023, destaca-se a relativa às matérias de avaliação e valorização de participadas nas carteiras dos OIA de capital de risco, que resultou na publicação de recomendações para as entidades gestoras, as entidades depositárias e os respetivos auditores”, anuncia a CMVM.

O regulador diz que “manteve o foco em riscos específicos, como o risco de greenwashing, reforçando a supervisão sobre a transparência de informação aos investidores em matéria de sustentabilidade, bem como na verificação do cumprimento dos procedimentos de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo por parte das entidades gestoras”.

O crescimento contínuo no número de participantes dos OIA de capital de risco, especialmente de investidores não profissionais, levou, ainda, a CMVM a reforçar a sua supervisão sobre as práticas de comercialização. Como resultado, foram publicadas orientações sobre a comercialização de unidades de participação de OIA de capital de risco, segundo a instituição liderada por Luís Laginha de Sousa.

“A CMVM mantém-se empenhada em promover a integridade do mercado e a proteção dos investidores, adaptando a sua abordagem de supervisão às mudanças regulatórias e ao crescimento do setor de capital de risco”, refere a Comissão que quer com este relatório reforçar a transparência da sua atuação e “incentivar as entidades supervisionadas a adotar práticas que contribuam para o desenvolvimento sustentável do mercado de capitais português e para o crescimento da economia nacional”.

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