Israel e Hamas trocam acusações sobre novas exigências para cessar-fogo

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Benjamin Netanyahu acusou na segunda-feira o Hamas de exigir "29 mudanças" na proposta de cessar-fogo para Gaza, depois do movimento islamita palestiniano ter acusado o primeiro-ministro israelita de levantar novas condições nas negociações.

"A liderança do Hamas impede um acordo", destacou o gabinete de Netanyahu em comunicado, onde garante que "Israel não alterou nem acrescentou quaisquer condições ao esquema".

O primeiro-ministro assegurou que mantém os seus princípios "de acordo com o traçado original" da proposta: maximizar o número de reféns vivos que regressam ao território israelita, controlar o eixo Filadélfia (a faixa de 14 quilómetros que constitui a fronteira entre Egito e Gaza, que o Exército domina há mais de um mês) e impedem o acesso de milicianos islâmicos ao norte da Faixa.

Esta troca de acusações surge após as declarações de uma fonte de segurança egípcia, na sequência da reunião em Roma entre os mediadores e a delegação israelita, chefiada pelo chefe dos serviços de informação estrangeiros (Mosad), David Barnea.

Esta fonte garantiu que a delegação apresentou novas exigências na reunião com as equipas dos Estados Unidos, Catar e Egito, como mecanismo de segurança para "examinar os deslocados no seu regresso ao norte de Gaza quando o cessar-fogo começar" ou manter a presença israelita no lado palestiniano da passagem de Rafah.

Esta última coincide com a exigência de permanência no eixo Filadélfia, embora a medida provoque rejeição entre os mediadores, especialmente o Egito.

Os meios de comunicação israelitas, como Walla, noticiaram também estas mesmas exigências da delegação, que constituiria uma "proposta atualizada", citando altos funcionários israelitas. O Hamas considerou que estas exigências "atrasam e evitam chegar a um acordo".

"Netanyahu voltou mais uma vez à estratégia de procrastinação, atrasos e evasão para evitar um acordo, levantando novas condições e exigências", frisou o grupo palestiniano, num comunicado divulgado no seu canal na rede social Telegram.

O Hamas acusou Israel de recuar face ao que "os mediadores apresentaram como parte da proposta de 31 de maio", salientando que foi Israel quem elaborou a proposta de 31 de maio.

As partes continuam a negociar um acordo de cessar-fogo com o objetivo de uma troca de reféns israelitas [vivos e mortos] e de prisioneiros palestinianos, embora o que se refere ao fim definitivo da guerra e ao "dia seguinte" constitua um ponto constante de desentendimento entre Israel e o Hamas.

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