“José Athayde Furtado é bem vindo à Caixa”, diz Paulo Macedo

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No dia em que apresentou lucros trimestrais de 394,5 milhões, Paulo Macedo respondeu a perguntas sobre as medidas do Governo. O presidente da CGD disse que era a favor de uma taxa mínima de IRC obrigatória, que acredita, serviria para alargar a base de incidência do imposto. Paralelamente o Governo devia reduzir gradualmente o IRC, defendeu.

Durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre, Paulo Macedo disse que não tinha sido pressionado pelo Ministério das Finanças para distribuir dividendos extra. “Vamos entregar 525 milhões de euros em dividendos ao Estado mas queremos pagar mais para devolver toda a recapitalização pública feita em 2017″, disse Paulo Macedo, CEO da CGD.

O CEO do banco remeteu para a entrega da sede da CGD no valor de 361 milhões  de euros.

A Caixa Geral de Depósitos procedeu, no dia 26 de setembro de 2023, “à liquidação do maior dividendo de sempre pago pela CGD ao seu acionista, e um dos maiores alguma vez pago na banca portuguesa, no valor total de 712.653.429 euros [712,6 milhões]”, chegou a comunicar o banco..

“Este valor corresponde a um pagamento em numerário, referente ao exercício de 2022, no montante de 351.650.695 euros [351,6 milhões], e à transferência para o Estado Português da propriedade do seu Edifício Sede, situada na Av. João XX, 63, em Lisboa, sob a forma de uma distribuição adicional em espécie, no valor de 361.002.734 euros [361 milhões de euros]”, acrescentou o banco no comunicado.

Rejeitou também qualquer pressão para propor a distribuição de dividendos da Águas de Portugal, onde o banco tem 19% do capital. “Este conselho não é pressionável”, disse.

Recorde-se que foi por pressão do então Ministro das Finanças que a Águas de Portugal (AdP) pagou um dividendo extraordinário de 100 milhões de euros à Parpública (seu acionista com 81%) e à a CGD (que tem 19%) no final de 2023. Medina invocou o interesse nacional.

José Athayde Furtado demitiu-se da presidência da AdP.

Quanto ao regresso do presidente da Águas de Portugal, José Athayde Furtado, à CGD onde é quadro, Paulo Macedo disse que “era bem vindo o seu regresso”, mas que dependia do ainda presidente da AdP.

Por outro lado, quando questionado sobre as notícias do Governo, relativas ao aeroporto em Alcochete, disse que a CGD está claramente disponível para ajudar a financiar as obras de infraestruturas do Estado. O CEO do banco elogiou o facto de haver uma decisão e defende que o investimento público devia aumentar”.

Já no que toca à medida anunciada que passa por avançar com a disponibilização de uma garantia pública aos jovens até 35 anos para viabilizar o financiamento bancário através da concretização de um contrato de crédito à habitação, Paulo Macedo diz que vê também com interesse incentivos à aumento da procura de crédito à habitação. Mas não se pronuncia sem conhecer os detalhes da medida.

Recorde-se que hoje o Governador do Banco de Portugal alertou que é preciso cuidado com a garantia do Estado aos jovens para o crédito hipotecário a 100%.

Em causa está uma das 30 medidas do Governo do programa “Construir Portugal” e que passa por avançar com a disponibilização de uma garantia pública aos jovens até 35 anos para viabilizar o financiamento bancário através da concretização de um contrato de crédito à habitação.

De acordo com Mário Centeno, “ainda não houve qualquer contacto entre o Banco de Portugal o Governo nesta matéria”, referiu o Governador durante a apresentação do relatório e contas de 2023, que confirmou o uso de provisões para anular perdas de 1.054 milhões de euros.

A garantia pública, uma medida apresentada pelo Governo que vai permitir que os jovens tenham acesso a um financiamento a 100% para a compra de casa, significa que o Estado vai ter de assumir um risco que antes cabia aos clientes bancários. Um passo que Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, diz que tem de ser feito com cautela.

Questionado sobre o financiamento para a habitação, Paulo Macedo defende que a CGD está disponível para participar no financiamento da construção para habitação no contexto de um programa que envolvesse não apenas o Estado, mas também privados e cooperativas.

“Ninguém tem dúvidas que precisamos de mais oferta de casas”, disse CEO.

Por fim sobre as propostas fiscais, o presidente da CGD disse que era a favor de uma taxa mínima de IRC obrigatória, que acredita, serviria para alargar a base de incidência do imposto. Paralelamente o Governo devia reduzir gradualmente o IRC, defendeu. “Com isto a receita fiscal não iria baixar”, disse.

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