Madeira. CDU leva malas para a rua para sinalizar a crise da habitação

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"Estas malas são um protesto contra o fracasso de um Governo que prometeu mundos e fundos. Prometeram que iam resolver o problema da habitação e ele ainda se agravou mais, prometeram resolver as desigualdades e elas aumentaram ainda mais. Isto não pode continuar", afirmou o cabeça de lista da CDU -- Coligação Democrática Unitária, Edgar Silva.

O candidato discursava num pequeno comício organizado pela candidatura, em frente a um centro comercial, no Funchal, no qual também discursou o dirigente comunista madeirense Ricardo Lume.

Diante de várias malas e sacos de viagem, Edgar Silva realçou que "simbolizam milhares de famílias que esperam e desesperam por uma casa", numa altura em que "para conseguir [arrendar] uma habitação só [é possível] com 800, 1.000 ou mais euros".

"Estas malas falam de milhares de famílias que tinham a sua habitação, fizeram um grande esforço para contrair um empréstimo bancário, mas o banco, com o aumento das taxas de juro, roubou-lhes a casa", acrescentou.

O também coordenador do PCP/Madeira referiu as "mais de 6.000 famílias que estão numa lista de espera para conseguir um arrendamento social", as que foram despejadas e ainda aquelas que conseguiram comprar e mobilar uma casa, mas deixaram de conseguir pagá-la ao banco.

"Estas malas que aqui estão falam do fracasso absoluto das políticas sociais do Governo do PSD e do CDS, falam do fracasso absoluto das políticas sociais do [anterior] Governo do PS em Lisboa, porque estas malas que aqui estão só fazem sentido porque há tanto drama", reforçou o professor e ex-sacerdote, eleito deputado à Assembleia Legislativa Regional em todas as eleições desde 1996.

O candidato defendeu, por outro lado, que "é preciso dar mais força à CDU para que a justiça social seja possível", deixando o apelo: "Venham lutar connosco votando na CDU para que esta luta possa ir por diante".

As legislativas da Madeira decorrem em 26 de maio, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.

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