O gigante de transporte marítimo dinamarquês que contorna agora todo o continente africano para chegar à Europa, antecipa para 2024 um EBITDA consideravelmente abaixo dos 9,6 mil milhões obtidos em 2023.
O gigante de transporte marítimo dinamarquês Maersk alertou, esta quinta-feira, para as consequências da crise do Mar Vermelho na oferta e nos resultados do grupo, o que terá impacto no valor das ações.
“Embora a crise do Mar Vermelho tenha causado restrições imediatas de capacidade e um aumento temporário nas tarifas, eventualmente, o excesso de oferta na capacidade de transporte marítimo levará a uma pressão sobre os preços e afetará os nossos resultados”, explica Vicente Clerc, CEO da AP Moller-Maersk, em comunicado publicado no site da empresa.
A Maersk sublinha a manutenção da “elevada incerteza em torno da duração e do grau de perturbação” no Mar Vermelho, com a duração de um trimestre a um ano inteiro refletida no intervalo de orientação.
O aviso lançado esta quinta-feira, também levou o grupo dinamarquês a suspender o seu programa de recompra de ações e contrasta fortemente com o recente clima de otimismo dos investidores no sector, com as empresas de transporte marítimo a figurar entre as que apresentavam melhor performance até o início de 2024.
Os ataques dos Houthis do Iémen, apoiados pelo Irão, contra navios mercantes desde 7 de outubro quando o Hamas atacou as populações civis em Israel e que levaram este país a lançar uma campanha aérea e terrestre na Faixa de Gaza, fizeram disparar o preços dos fretes marítimos. A Maersk, como outras companhias do sector, estão agora obrigadas a contornar todo o continente africano, pelo Cabo da Boa Esperança, para chegar à Europa, o que encarece em muito a operação.
Para 2024, a Maersk anunciou uma estimativa de EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) entre mil e seis mil milhões de dólares em 2024, que comparam com 9,6 mil milhões obtidos em 2023.