Outra conclusão é que o número de líderes financeiros portugueses que aspiram ao cargo de Chief Executive Officer (CEO) representa 27% e está próximo do número de líderes que vislumbram o cargo de CFO como o culminar da sua ambição de carreira (32%).
A EY divulgou o retrato dos líderes financeiros em Portugal no “EY Global DNA of the CFO Survey” e os resultados indicam que mais de metade dos líderes financeiros portugueses (66%) cumprem os objetivos de curto prazo, interrompendo ou reduzindo o investimento em áreas consideradas prioritárias no futuro.
Os Chief Financial Officers (CFO) enfrentam o difícil desafio de equilibrar o desempenho financeiro a curto prazo com a criação de valor a longo prazo. Mais de metade dos inquiridos (66%) afirma que está a cumprir os objetivos no presente, interrompendo ou reduzindo o investimento em áreas que são consideradas prioridades no futuro, lê-se no estudo.
“Os líderes financeiros que impulsionam agendas inovadoras e ousadas na gestão consideram ter um melhor desempenho no presente e manifestam melhor preparação para garantir o sucesso futuro das organizações”. Esta é uma das conclusões do “EY Global DNA of the CFO Survey”, revela a consultora.
O estudo baseia-se num inquérito realizado a mil Chief Financial Officers (CFO) e executivos financeiros a nível mundial, incluindo mais de meia centena de CFOs portugueses.
Apenas 14% dos líderes financeiros portugueses admite executar uma agenda de transformação inovadora ao longo dos próximos três anos e somente 4% inquiridos consideram que a sua performance atual é a melhor entre os seus pares, segundo o o EY Portugal DNA of the CFO Survey.
“Os líderes financeiros que consideram agendas de transformação inovadoras garantem à sua organização maior probabilidade de gerar valor hoje e no futuro, em comparação com os que se revelam mais conservadores perante a mudança”, afirma no comunicado Luís Pedro Mendes, Partner EY, Financial Accounting and Advisory Services.
“Em Portugal, os CFO acompanham a tendência internacional e cumprem os objetivos de curto prazo, interrompendo ou reduzindo o investimento em áreas prioritárias no futuro”. acrescenta Luís Pedro Mendes.
“O estudo demonstra ainda que a importância que os líderes financeiros portugueses conferem aos investimentos em ESG é largamente superior quando comparada com o cenário mundial, afirmando assim uma prioridade portuguesa que influencia diretamente a capacidade de atrair talento, a sustentabilidade dos negócios e o cumprimento das exigências dos consumidores e investidores”, conclui o Partner EY.
Mas há mais conclusões do estudo da EY. Por exemplo, conclui que os programas de talento e cultura organizacional (29%) e tecnologia e inovação digital (26%) são as áreas mais vulneráveis a estes cortes, segundo os administradores financeiros portugueses abrangidos no inquérito.
Outra conclusão nos inquiridos portugueses é que os programas ESG são os menos suscetíveis de serem alvo de cortes ou pausas nas despesas a curto prazo (18%) o que contrasta com os CFO’s internacionais que colocam os programas ESG no topo dos cortes ou pausas no investimento a curto prazo (37%). Pois os CFO portugueses manifestaram alguma cautela nesta área dada a importância da sustentabilidade na geração de valor a longo prazo.
Os Chief Financial Officers (CFO) portugueses admitem ainda que “existem tensões e desacordos entre a equipa de liderança sobre a forma de equilibrar as prioridades a curto e a longo prazo”.
O inquérito salienta também que os administradores financeiros podem desempenhar um papel importante no equilíbrio entre as prioridades a curto e a longo prazo, fornecendo informações valiosas sobre o processo de tomada de decisões e a promoção de consensos entre toda a organização.
Questionados sobre “quais os atributos mais importantes que um CFO deve ter para influenciar de forma eficaz a tomada de decisões da equipa executiva?”, os CFO portugueses destacam a utilização de informações baseadas em dados para defender as decisões e a existência de relações de confiança com os membros do conselho de administração, investidores e executivos-chave.
Ainda segundo o “EY Portugal DNA of the CFO Survey”, as tensões e os desacordos podem comprometer este esforço coletivo, um sentimento partilhado por 48% dos líderes financeiros portugueses que admitem que “existem tensões e desacordos entre a equipa de liderança sobre a forma de equilibrar as prioridades a curto e a longo prazo”.
O estudo sugere também que nem todos os líderes financeiros estão dispostos a exprimir sempre a sua opinião, registando que apenas 49% dos inquiridos se manifesta “sempre” quando tem uma opinião diferente da consensual, ainda assim uma percentagem significativamente acima dos CFOs internacionais (32%).
O “EY Portugal DNA of the CFO Survey” diz ainda que mais de metade dos líderes financeiros portugueses inquiridos (54%) defende que os comportamentos e mentalidades tradicionais estão a atrasar a modernização da função financeira.
O estudo sugere que os CFO portugueses procuram criar funções financeiras mais digitais orientadas para o crescimento sustentável e de longo prazo, priorizando a aposta no capital humano (49%), e a análise avançada de dados (40%), seguindo-se a transformação tecnológica, destacada por 37% dos líderes entrevistados. Isto contrasta com a perspetiva dos líderes financeiros a nível global que colocam a questão do capital humano no fim das suas prioridades para os próximos três anos como fator transformacional da função financeira, dando maior enfoque à sustentabilidade e otimização regulatória.
Administradores financeiros têm ambições de carreira e querem ser CEOs
O número de líderes financeiros portugueses que aspiram ao cargo de Chief Executive Officer (CEO) representa 27% e está próximo do número de líderes que vislumbram o cargo de CFO como o culminar da sua ambição de carreira (32%).
O estudo revela que 69% dos inquiridos em Portugal (84% a nível global) afirmaram que, embora a função de CFO seja extremamente exigente, nunca houve um contexto tão estimulante para a desempenhar.
A ambição de muitos CFOs ao cargo de CEOs “exalta a necessidade de novos conjuntos de competências e capacidades de liderança e os inquiridos revelam consenso na certeza de que a capacidade de reagir aos desafios impostos pela tecnologia ou por outros sectores é a principal condição para uma ascensão na carreira”.
As expectativas de evolução para os CFO portugueses incluem a expansão dos seus conhecimentos em novos domínios, com a grande maioria dos dos inquiridos a reconhecerem a vontade das empresas em nomear CFO que manifestem capacidade estratégica (86%) e que tenham consolidado uma rede contactos e relações junto dos cargos de direção das organizações (74%).
“Os resultados globais do estudo demonstram a tendência de indicar líderes com pouca experiência financeira para os cargos de CFO (66%), um paradigma que não se revela tão predominante a nível nacional em que apenas 34% dos CFOs portugueses inquiridos concordam com esta mudança em relação à perceção tradicional da função de CFO”, revela a EY.
Com a representação de 13 sectores da economia, o “EY Global DNA of the CFO Survey” aborda três domínios fundamentais no âmbito das funções dos líderes financeiros. O primeiro é criar valor a longo prazo e, ao mesmo tempo, enfrentar pressões para reduzir os investimentos prioritários. O segundo é gerir o risco e produzir valor através de mudanças mais arrojadas e inovadoras e o terceiro é ser bem-sucedido como líder financeiro e conquistar objetivos de carreira.