Miguel Castro Caldas põe-nos a duvidar daquilo que vemos

6 meses atrás 52

No entremez O Retábulo das Maravilhas, Miguel de Cervantes punha Chanfalha e Chirinos, marido e mulher, a chegarem a uma pequena aldeia espanhola com o seu espectáculo que tinha lugar num retábulo. Chanfalha e Chirinos ganhavam a vida a enganar os habitantes das terras por onde passavam, explorando a vaidade e a ingenuidade dos habitantes: só aqueles que levassem uma vida impoluta e virtuosa conseguiriam ver aquilo que era representado. Como ninguém queria dar parte de fraco e sofrer uma humilhação social, e todos assumiam que os restantes viam alguma coisa no nada que de facto o casal de saltimbancos mostrava, as bocas fechavam-se e não admitiam que, aos seus olhos, não havia mais do que um retábulo.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para [email protected].

Ler artigo completo