Milhares de doses de vacinas para crianças entram em Gaza

4 meses atrás 43

A ofensiva terrestre de Israel interrompeu os serviços de saúde em Gaza, nomeadamente a vacinação contra doenças infantis altamente contagiosas que, ao longo das últimas décadas, tinham sido controladas através de programas de imunização em massa.

Com as vacinações de rotina e os sistemas de vigilância de doenças colocados em causa, aumentou o risco de surtos de doenças mortais mas evitáveis, como o sarampo e a poliomielite.

Para tentar gerir a crescente emergência sanitária no território, Israel anunciou na sexta-feira que facilitaria a entrada de vacinas para ajudar a prevenir a propagação de doenças.

O Ministério da Saúde palestiniano confirma que milhares de doses já entraram em Gaza através da fronteira de Rafah e que as instalações frigoríficas de armazenamento do Governo egípcio foram essenciais para o reabastecimento das vacinas.As autoridades de saúde em Gaza acreditam que as vacinas deverão ser suficientes para cobrir a vacinação de bebés entre oito e 14 meses.

Porém, a administração das vacinas poderá tornar-se difícil devido ao enorme número de famílias deslocadas e em fuga com centenas de milhares de pessoas a viverem em tendas ou outras acomodações temporárias.

Yasser Bouzia, chefe de relações internacionais do Ministério da Saúde em Ramallah, estima que haja cerca de 60 mil bebés recém-nascidos em Gaza. Citado na Reuters, Bouzia afirma que essas crianças têm estado privadas de serviços médicos, nomeadamente vacinação.


Entrega de vacinas - UNICEF 

De acordo com a Unicef, estima-se que 16.854 crianças perderam a possibilidade de serem vacinadas, compromentendo a sua imunidade, num momento de vulnerabilidade significativa que têm sido os quase três meses de guerra.

Registaram-se "muitos casos de meningite, erupções cutâneas, varicela e outras doenças registadas, com taxas particularmente alarmantes de infecções respiratórias e diarreia em crianças menores de cinco anos", de acordo com a organização.

Faten, mãe de uma criança de um ano e meio, partilhou as preocupações. Descreve que “durante estes tempos difíceis as doenças estão a espalhar-se rapidamente".

“É realmente assustador não poder vacinar a minha filha de um ano. Estou preocupada com o fato de ela poder apanhar doenças, por isso tenho-a mantido longe das pessoas”, afirmou.

A Unicef e os parceiros lançaram uma resposta rápida para entregar cerca de 962.550 doses de vacinas essenciais, que poderão proteger as crianças contra doenças como o sarampo, a pneumonia e a poliomielite. "Entre 25 e 29 de Dezembro, mais de 600 mil doses de vacinas chegaram à Faixa de Gaza", disse a organização.

Este trabalho traz esperança para Fatem que reitera: “As vacinas devem continuar a chegar para proteger estas crianças vulneráveis ​​de doenças comuns”.

Ler artigo completo