Missão da ONU no Líbano afasta retirada de contingente militar e civil

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"Temos todos os cenários planeados" para a retirada do pessoal militar e civil, disse um dos porta-vozes da UNIFIL (sigla em inglês), Tilak Pokharel, em declarações à agência espanhola Europa Press.

"Neste momento, não estão em curso quaisquer esforços de retirada", acrescentou o porta-voz, especificando que o contingente militar encontra-se nas respetivas bases, enquanto os operacionais civis estão no quartel-general em Naqura e nos outros escritórios da missão, incluindo na capital do país, Beirute.

O porta-voz escusou-se a adiantar pormenores sobre os potenciais planos de retirada, bem como sobre as circunstâncias em que poderá ser tomada a decisão de retirar os mais de 10.000 efetivos destacados no território libanês.

O representante especificou, porém, que a ONU tomará a decisão "com base na situação no terreno e em consulta com o quartel-general e com os países que contribuem com tropas".

Atualmente, a missão conta com operacionais de 50 países, que, enquanto Estados soberanos, podem decidir unilateralmente retirar as suas tropas.

A UNIFIL é comandada desde fevereiro de 2022 pelo tenente-general espanhol Aroldo Lázaro.

A missão e o seu comandante estão em "contacto permanente" tanto com o exército israelita como com o exército libanês, referiu Pokharel.

O porta-voz também confirmou que, na sequência dos bombardeamentos efetuados por Israel no sul e no leste do Líbano na segunda-feira, em resposta aos ataques da milícia xiita libanesa Hezbollah no norte do território israelita, as patrulhas realizadas pelos "capacetes azuis" da UNIFIL ao longo da chamada "Linha Azul" encontram-se interrompidas.

O Governo do Líbano elevou hoje de 491 para 558 mortos o balanço dos ataques israelitas na segunda-feira, o número mais elevado desde a última guerra entre o Hezbollah e Israel em 2006.

A UNIFIL foi criada em 1978 para garantir a saída pacífica das tropas israelitas do sul do Líbano, além de evitar confrontos entre o Hezbollah e Israel e apoiar o Governo libanês a restaurar a sua autoridade sobre a área.

A chamada "Linha Azul" é a linha de demarcação estabelecida pela ONU entre Israel e o Líbano em junho de 2000.

O Hezbollah tem atacado o norte de Israel a partir do sul do Líbano em apoio ao grupo extremista palestiniano Hamas, que enfrenta uma ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza há quase um ano, que já provocou mais de 41 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Este clima de confronto tem aumentado os receios de uma guerra em grande escala no Médio Oriente.

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