"Acho que vocês devem ouvir os partidos políticos, os partidos políticos fazem tantas promessas e seria bom que, já agora, houvesse um compromisso relativamente a esta matéria", disse o independente Rui Moreira à margem da conferência Fábrica 2030, organizada pelo jornal 'online' ECO, no Porto.
O autarca reagia ao facto do atual Governo remeter para um próximo executivo as decisões sobre a reordenação do trânsito na VCI.
Segundo Rui Moreira, é natural que o assunto passe para o próximo Governo porque há eleições legislativas a 10 de março.
"Eu acho que, neste momento, não faz sentido pedir ao senhor secretário [de Estado das Infraestruturas] que resolva o problema, até porque corríamos o risco de chegar um outro secretário de Estado e fazer o contrário", considerou.
Dizendo que gostaria que o problema tivesse já sido resolvido, o autarca compreende, contudo, que as coisas têm o seu tempo.
Num grupo de trabalho criado em 2020 foram propostas 27 medidas, baseadas em três áreas temáticas: gestão de portagens, melhorias de infraestruturas e a gestão das mesmas.
O grupo de trabalho propôs um cenário, denominado G, que consistia na redução tarifária no último pórtico sul da A28, na introdução de um novo pórtico na A28, a sul da interseção com a A41, na eliminação dos dois pórticos existentes no tramo poente da A4 e na introdução de um novo pórtico entre a A4 (nascente) e a A3 (tramo sul).
Em 22 de janeiro, o autarca independente tinha exigido a aplicação das medidas para retirar pesados da VCI, acordadas pelo grupo de trabalho em 2020, responsabilizando o Governo e Matosinhos pela não implementação.
No mesmo dia, a Câmara de Matosinhos defendeu que a mudança estrutural no cenário de trânsito na região só virá com a adoção do transporte público.
No entanto, a autarquia liderada por Luísa Salgueiro (PS) disse concordar com o chamado cenário G, o que levou Rui Moreira a comunicar ao secretário de Estado que, no seu entendimento, estavam reunidas as condições para avançar com o projeto, segundo o Porto Canal.
Na Assembleia Municipal daquele dia, o movimento Aqui Há Porto!, que apoia Rui Moreira, apresentou ainda uma moção, que foi aprovada, em que instava o Governo a isentar, por um período experimental de um ano, as portagens na A41-CREP.
A moção instava ainda o secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas a aplicar taxas de portagens na VCI "a todo o tráfego de atravessamento", exceto "aquele que tem como origem e destino a cidade do Porto".
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