'Muleta' para AD? "PS não se vai anular nem fazer desaparecer propostas"

6 meses atrás 95

O dirigente do Partido Socialista (PS) Pedro Delgado Alves comentou, na quinta-feira, os últimos acontecimentos no panorama político em Portugal.

Numa altura em que faltam apurar quatro mandatos - dois pelo círculo da Europa e outros dois pelo círculo fora da Europa - e que se fala numa reunião à Esquerda, o socialista sublinhou qual era a posição do seu partido. “Quanto à primeira etapa, O PS é claro desde a campanha. O PS não aprovará uma moção de rejeição. Indigitado um primeiro-ministro que vence as eleições, forma o seu Governo e iniciará a sua governação”, esclareceu, no espaço de comentário ‘Antes Pelo Contrário’, da SIC Notícias.

“No restante, o que vamos ter é a governação de um governo em maioria relativa, como já tivemos ao longo da história da democracia portuguesa”, afirmou, rejeitando a ideia de que o 2.º lugar do PS iria ser motivo para ‘dificultar’ a vida ao PSD.

“PS tem programa eleitoral com o qual foi a votos. O seu mandato é para executar aquele programa. Tudo o que seja contraditório, que ultrapasse uma linha vermelha, que seja inconsistente e incompatível com esse programa, à partida, é algo que não merecerá o voto favorável do PS”, referiu, esclarecendo, no entanto, que as zonas nas quais haja “convergência” serão também tidas em conta.

“Quanto à especulação, o que vai acontecer aqui e acolá, o que o PS deixou claro é o seguinte: no sentido de ser uma muleta da governação da Aliança Democrática, anulando-se, fazendo desaparecer as suas propostas e de alguma maneira renunciado o mandato que recebeu para executar o programa – isso não fará”, apontou.

“Não é a primeira vez em democracia que vamos ter governos minoritários”, reforçou, exemplificando que já aconteceu tanto com o PSD como PS.

Os resultados provisórios das eleições legislativas de domingo divulgados pelo Ministério da Administração Interna, quando faltam contar apenas os votos dos círculos da Europa e Fora da Europa (quatro mandatos no total), mostram que a Aliança Democrática conquistou 29,49% dos votos e 79 lugares no Parlamento - três dos quais foram eleitos pela coligação Madeira Primeiro, que não contém o PPM.

Logo a seguir está o PS, que obteve 28,66% dos votos, assegurando 77 mandatos.

Em terceiro lugar ficou o Chega, com 18,06% dos votos e 48 mandatos, quadruplicando o tamanho do grupo parlamentar que tinha formado em 2022. A quarta força política é a Iniciativa Liberal (IL), com 5,08% e oito mandatos, seguida pelo BE, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU viu o seu grupo parlamentar encolher para quatro deputados, com 3,30%, ao passo que o Livre deixou de ser um partido com um só representante, conquistando quatro mandatos com 3,26% dos votos.

O PAN manteve o lugar conquistado em 2022, com 1,93% dos votos.

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