Quantas vezes já enviou uma mensagem no WhatsApp, que foi lida, mas à qual não obteve uma resposta? Certamente, algumas e as justificações para tal multiplicam-se na nossa cabeça, umas mais positivas e outras menos.
Na verdade, os motivos para a pessoa não responder imediatamente podem ser inúmeros, mas isso não impede que quem enviou a mensagem comece a sentir ansiedade, já que apenas tem como confirmação o “visto” azul, de que a mensagem foi lida no WhatsApp. Se tiver isso sequer.
Para complicar ainda mais as coisas, o El País destaca três os cenários que o remetente enfrenta: a confirmação de leitura (duplo visto azul), a de entrega (duplo visto cinzento) e o pior de todos, o visto simples em cinzento. O que significa cada um?
Confirmação de leitura: o destinatário não só recebeu a mensagem, como também a leu (a plataforma até nos permite conhecer os momentos precisos de entrega e leitura). A priori, este cenário é o mais doloroso para o remetente e o que despoleta questões como “lê e não diz nada?”, que, posteriormente, podem gerar conflitos na comunicação física com essa pessoa. Confirmação de entrega: o WhatsApp confirma-nos que a mensagem foi entregue ao destinatário, mas este não a abriu. E aqui surge outra potencial fonte de conflitos: o facto de não ter sido aberta, não quer dizer que não tenha sido lida. Como é isto possível? Existem técnicas que permitem aceder ao conteúdo da mensagem sem ser vista, utilizando a notificação emergente no telemóvel. Os problemas podem surgir quando esta mensagem permanece ad infinitum sem ser aberta e há a certeza de que a outra pessoa usa o telemóvel. Sim, a paranóia faz com que muitos remetentes verifiquem a actividade do destinatário noutras áreas, como as redes sociais. Nenhum tipo de confirmação: O que acontece quando nem sequer a mensagem foi entregue? Aqui entramos nas areias movediças da incerteza. Que uma mensagem não tenha sido entregue só tem duas interpretações: que o destinatário está sem cobertura de rede ou que nos bloqueou. Evidentemente, o cérebro inclina-se para a segunda alternativa.Perante estas possibilidades, qual é a melhor forma de agir? Cristina Villalonga, vice-reitora de Educação Digital e Tecnologia da Universidade Nebrija, sugere que «é importante conhecer a ‘netiqueta’ digital, isto é, o conjunto de normas de comportamento no ciberespaço».
Costumam resumir-se em dez regras básicas: apresentar-se de forma adequada, respeitar a privacidade dos outros, evitar o ciberassédio, verificar as fontes de informação, seguir as normas da plataforma digital, respeitar os tempos dos outros, não se esquecer de responder às mensagens, partilhar conhecimentos, enviar ficheiros em formatos adequados e desculpar os erros.
Na grande maioria das ocasiões, há uma causa que justifique uma não resposta ou uma resposta tardia. Ficar chateado ou começar a ver fantasmas perante algo de que não se tem todo o contexto, é um caminho que não traz nada ao remetente. Isto quer dizer que toda a responsabilidade da gestão destes conflitos se encontra no destinatário? Não, o remetente pode dar uma breve resposta, como “depois respondo”.
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