Nuno Amado: "É obrigatório o salário mínimo aumentar e muito"

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Nuno Amado, membro da Associação Business Roundtable Portugal, em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, concorda com a proposta dos partidos que defendem um aumento do salário mínimo para os 1000 euros e acha mesmo que "é obrigatório o salário mínimo aumentar e muito (...), mas também é obrigatório, em paralelo, os custos e os encargos sobre o salário mínimo diminuírem".

A subida do salário mínimo empurra o salário médio e, segundo Nuno Amado, as maiores empresas pagam salários superiores. Por isso, considera que é preciso apostar no crescimento das empresas para pagarem melhor, mas o Estado também tem de fazer a sua parte. Tem de ser otimizada a diferença entre o custo do fator trabalho e o benefício para quem trabalha, independentemente da dimensão da empresa.

Nuno Amado concorda com a redução da carga fiscal proposta pelos partidos que já apresentaram medidas nesse sentido. Pode até ser progressiva, mas tem é de ser consistente e consensual entre os partidos.

Neste sentido, diz que é preciso "ter condições para aumentar salários e ter condições para não aumentar a carga fiscal", mas esclarece que isso só é possível com crescimento: "Primeiro é preciso produzir e depois ver se é preciso taxar!”

Vê 2024 como um ano difícil. "Este ano é um ano de resistência".

E a quem vier a seguir para o governo pede: "não precisamos de mais Estado, precisamos de melhor Estado" e isso, considera, significa maior capacidade de execução. 

Nuno Amado diz que até agora os líderes dos governos têm tido competência e qualidade, "mas a execução por vezes pode não ter corrido bem". Neste sentido, no seu entender, a melhor solução política para o país, na sequência das eleições, seria uma solução que trouxesse estabilidade com ou sem maioria e espera que, no caso de uma reedição da geringonça à esquerda, haja pragmatismo, acordos e compromissos que garantam melhor Estado.


Nuno Amado garante que a banca está pronta para ajudar a economia do país a crescer

e acredita que as taxas de juro poderão chegar aos 2 por cento no final do próximo ano.

Sobre a redução de quase 10% da participação da Fosun no BCP, Nuno amado, que é presidente do Conselho de Administração do BCP, considera que o BCP está numa situação de "solidez" e de capacidade que já há muito não tinha. "Está bem e recomenda-se".

Nuno Amado dianta mesmo que chegou o tempo de dar melhores contrapartidas aos stakeholders.

Entrevista de Rosário Lira (Antena 1) e de Hugo Neutel (Jornal de Negócios)

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