Onde anda o PRR?

2 horas atrás 19

Portugal tem, inegavelmente, produzido boas notícias internacionais. A recuperação veloz do período esmagador da troika, a economia que cresce – apesar da estagnação dos últimos dois trimestres e também de termos crescido menos do que a média europeia pela primeira vez num ano. Talvez seja apenas uma habilidade política, a opção de o Governo ter, prudentemente, inscrito no Orçamento do Estado para 2025 uma evolução mais conservadora (2,1% do PIB em vez dos 2,5% que vendeu na campanha para atrair os eleitores) do que a que anunciara antes das eleições de 10 de março.

Estas são coisas normais na política ou então é apenas o caminho encontrado para, no fechar das contas do próximo ano, Luís Montenegro fazer um pequeno brilharete com razoáveis dividendos políticos. Não há nada de errado nisto, é política pura; outros governos fizeram o mesmo sem criar espanto ou indignação. Baixar as expectativas é apenas uma escolha com os olhos postos num objectivo maior: mostrar que o esforço dos ministros foi tanto e tão bom e que o OE2025 era tão acertado que foi além das próprias previsões. O PSD não pode, em caso algum, perder para o PS o monopólio “do partido das contas certas” – e é isso também que está em causa.

É difícil separar o ruído do sinal, isto é, o que é importante do que é acessório. O importante aqui é que o próximo ano deveria ser chave para a execução do PRR – a famosa bazuca tem de ter disparado tudo até ao final de 2026. Até agora, foram cumpridas apenas 23% das metas, foi recebido 28% do dinheiro – em trânsito pelos labirintos públicos – de um total de 22 mil milhões de euros. Fica uma pergunta: estamos a ver resultados? Não estaremos a crescer pouco?

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