OPINIÃO| Aos olhos de Deus

9 meses atrás 86

A Tasca do Silva é o espaço de opinião sobre e à volta do FCP, dinamizado por Paulo Silva, um dos podcasters responsáveis por A Culpa é do Cavani, o podcast de referência do universo portista.

1. Deo gratias 

O meu FCP perdeu. Ora aí está uma frase que se aplica a todos os jogos desta época contra o Benfica, o Barcelona e, agora, o Sporting. A bem dizer, contra as equipas teoricamente mais fortes que nos apareceram pela frente. Posto de outro modo, as que são efetivamente dos nossos campeonatos. 

É tão mais preocupante quanto é - era? - precisamente neste tipo de jogos que o Porto de Conceição se costuma(va) superar e, tantas vezes, surpreende(ia) com a sua melhor face, mesmo em alturas tristonhas e aborrecidas do ponto de vista da qualidade de jogo. Olha, como a que vivemos desde o início da temporada. Está claro que temos Arouca e Estoril no Dragão, para não nos faltar a dose de pontos estupidamente perdidos que ainda havemos de chorar. Ele há tradições que não se perdem.

Mas o facto é que, aqui chegados, o FCP está a 3 pontos do líder e perfeitamente dentro da luta pelo título. Não seria nada de mais, não fosse o que a equipa (não) joga. 

Já perdemos 2 dos 3 em 4 títulos que andámos por aí a ostentar, mas faltam os mais suculentos. Os adversários diretos não estarem já a uma distância considerável, diz mais deles do que de nós e eu cá, tivesse o mau gosto de ser eles, não estava nada descansado. É que, acreditem, a gente não consegue fazer pior do que isto. Graças a Deus.

2. Natal

Quanto ao jogo de ontem, é bastante simples: melhor o resultado do que a exibição. Fosse o Sporting uma equipa de alto nível e teria sido trágico.

O FCP foi a modos que destruído pela simplicidade de processos do adversário. Vai-se a ver, até nem nos fazia mal aprender qualquer coisa com isso, mas, já se sabe, o treinador está cá para ensinar, não é para aprender. Aliás, seria de esperar que a mesma pessoa que, muito bem, recorda que as contas se fazem em maio, tivesse claro que já não estamos em agosto. 

É que levamos quase meio campeonato disto no bucho. Continuar à procura do novo Otávio, insistindo num modelo que já se percebeu que não funciona, recorrendo sempre às mesmas estafadas armas, que já toda a gente conhece e reconhece, ofuscando assim o verdadeiro potencial que o plantel encerra, é de quem se alheou de tudo o que não é ele mesmo. 

Mas isto sou eu, um comum mortal, meio cego, portanto. Aos olhos de Deus, a equipa esteve forte e nunca em dias da sua vida esteve mais fácil ganhar a este adversário. Go figure.

3. Next please 

Noutras notícias, o FCP avançou para os oitavos da Champions, o que, sendo o mínimo expectável tendo em conta o grupo, ganha outro relevo ao percebermos que, mais uma vez, somos o único representante português.

Para as tais contas da UEFA, a coisa até se pôs interessante, uma vez que a segunda linha do nosso futebol está toda na Liga Europa. Com excelentes possibilidades de avançar, somando um camião de pontos. 

Quanto a nós, vem aí o líder da Premier League, o que deve significar que para a maior parte dos analistas e comentadores e demais espertos da bola, o campeonato espanhol deve estar prestes a tornar-se no melhor do Mundo e arredores. Para além de que o Arsenal, pfff, isso é equipa que não ganha nada desde que a Rainha Vitória ainda era virgem. Como diria Sérgio Conceição, tou-me a cagar.

O que importa é que, neste tempo que medeia até chegarmos aos gunners, possamos resgatar a astúcia que torna o FCP temível nestes jogos e, ainda que por milagre, deixar transparecer a qualidade que, de facto, existe no plantel. Para que, depois do Arsenal, cá estejamos a concluir: Next please!

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