É lenda em Salzburgo e o melhor marcador do clube austríaco, mas a história de Jonathan Soriano vai muito para além de meros números e conquistas. Formado na Catalunha - esteve 15 anos ligado ao Espanyol, vizinho do Barcelona -, o avançado ressuscitou nos culés - em 84 jogos pela equipa secundária do Barcelona faturou 59 golos - e foi chamado por duas ocasiões por Pep Guardiola à equipa principal. Aí, o jogador partilhou o balneário com grandes craques e fez parte de uma das melhores equipas de todos os tempos: o famoso Barça de Guardiola. Todavia a escassez de minutos na equipa principal, o jogador relembrou - em conversa com o zerozero - os momentos vividos em Barcelona e recordou o Al Hilal, onde encontrou um «treinador especial» e «peculiar», mas que afiram ter «muito carinho»: Jorge Jesus. Soriano participou em dois jogos pela equipa principal do Barcelona @Getty Images Zerozero: Fez parte de uma das melhores equipas do mundo - o Barcelona de Guardiola, entre 2009 e 2011. Como foram esses anos? Jonathan Soriano: Foram anos muito bons. Permitiram-me relançar a carreira. Estive alguns anos ligado ao Espanyol, com pouca confiança, e fui para o Barça B onde era, praticamente, um dos veteranos da equipa, uma vez que jogava - acima de tudo - com jogadores mais jovens. Graças a eles tive a oportunidade de avançar, novamente, na minha carreira. Ajudou-me muito esse período no Barcelona. Para além disso, tive a chance de jogar com grandes jogadores e fiz parte de uma das melhores equipas da história, o famoso Barça de Guardiola. A partir daí, a minha carreira melhorou. zz: Esteve com grandes craques: houve algum marcante? JS: Messi, Xavi, Iniesta... Eram, no fundo, os jogadores que tínhamos sempre em mente dessa equipa, mas - por coincidir com a mesma posição que eu - digo o Zlatan Ibrahimovic. Foi um jogador que me impactou, primeiro porque estava muito próximo de mim nos treinos e me ajudava bastante, depois, pela sua forma de estar tão especial. Foi um jogador que não teve o reconhecimento mundial de outros, mas alcançou coisas especiais na carreira. Para mim, enquanto pessoa, foi uma grande surpresa. zz: E com Messi? Houve algum momento especial? JS: Nada que eu possa partilhar [risos]. Fomos companheiros, partilhámos o balneário, mas não tenho nenhum episódio em especial. Era sim um jogador que fazia coisas especiais com a bola e que, provavelmente, nunca mais iremos ver. Vai ficar na história do futebol para sempre. zz: Foi ainda treinado por Pep Guardiola. Como era a relação com ele? JS: Foi uma relação muito especial. Nascemos na mesma zona e acabamos por ter uma relação muito boa, onde aprendi muito com ele e tive a sorte de coincidir com ele quando estava em Salzburgo. Estávamos perto ao nível geográfico - ele em Munique e em na Áustria - e estive com ele e a sua família algumas vezes em jantares. zz: Depois de vários anos no Red Bull Salzburg e dois na China, decidiu seguir para o Al Hilal, da Arábia Saudita. O que achou da experiência? JS: Foi complicado. Nós já sabemos que na Arábia existe um tratamento diferente em relação às mulheres... e eu tenho uma mulher e filhas. E quando eu fui existiam restrições. Mas, no que ao futebol diz respeito, é espetacular porque eles vivem muito o desporto e tive a sorte de jogar num clube muito grande, adeptos muito bons. Estive pouco tempo, mas acabei por disfrutar ainda assim. zz: A chegada ao Al Hilal coincidiu com a primeira época de Jorge Jesus no Al Hilal. Personalidade especial, certo? [risos] JS: Sim, sem dúvida, muito especial [risos]. Recordo-me dele com muito carinho porque ele era um treinador muito especial. Tinha uma maneira de ser e de comunicar distinta. Tinhas de tentar não encarar [n.d.r: o Jorge Jesus] de forma muito séria porque ele levantava muito a voz e poderiam haver discussões [risos]. Era uma pessoa peculiar, mas, confesso, estive pouco tempo com ele. zz: E como assiste à «explosão» da Arábia Saudita? Vários craques acabaram por se mudar para lá este verão... JS: Sim, com o Cristiano Ronaldo chegaram depois muitos mais, o que tornou a liga mais internacional. Agora, as pessoas reconhecem muito mais a Liga Saudita graças ao Cristiano e ao governo saudita - trouxeram mais dinheiro. Os clubes estão a conseguir trazer muitos mais jogadores e a liga está em claro crescendo.«Ibrahimovic foi um jogador que me impactou»
Jonathan Soriano
11 títulos oficiais
RED BULL SALZBURG
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