PCP vai votar contra Orçamento "desejado pelo grande capital, de injustiças e desigualdades"

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Jornadas PCP

14 out, 2024 - 12:13 • Filipa Ribeiro

Secretário-geral do PCP anunciou e confirmou o voto contra do partido na proposta de Orçamento do Estado entregue pelo Governo. Paulo Raimundo considera que a proposta acaba por servir PS, CHEGA e IL.

Cinco dias depois da entrega da proposta de Orçamento do Estado pelo Governo, o secretário-geral do PCP confirma voto contra do partido sobre o documento. Na abertura das jornadas parlamentares, na Assembleia da República, Paulo Raimundo foi crítico do Orçamento que considera ter sido "desejado pelo grande capital".

O secretário-geral dos comunistas sublinhou que "da parte do PCP o voto é contra", acrescentando que é "contra as injustiças e desigualdades que o Orçamento contém; Contra a transferência de milhares de milhões de euros de recursos públicos para os bolsos do capital; Contra a política de baixos salários e degradação dos serviços públicos, de privatizações e concessões".

O líder do PCP que o partido se opõe ao Governo e à "política de direita".

Nas críticas, Paulo Raimundo aponta ainda aos partidos da oposição ao defender que a proposta do Governo também os serve. "As medidas de que o país precisa não as encontramos nesta proposta de Orçamento do Estado, mas lá estão medidas que servem os grupos económicos e financeiros, medidas a que nem Chega, nem a IL, nem o PS, se opõem", disse.

O secretário-geral do PCP considera "curioso" que o PS "se identifique com a generalidade do Orçamento" e afirma que a "voz grossa" do Chega e Iniciativa Liberal "têm servido para aparentar diferenças que não existem". Para o líder do Partido Comunista a única coisa que separa Governo, PS, IL e Chega é "o ritmo com que querem implementar as políticas neoliberais de aumento das injustiças e desigualdades, concentração de riqueza, privatizações e destruição de serviços públicos".

Durante o discurso de abertura, Raimundo considerou ainda "significativo que PSD e CDS continuem a governar e sem nenhuma dificuldade" com o Orçamento do governo do PS.

Numa altura em que se discutem as reuniões secretas e alegados acordos, Paulo Raimundo sublinha que "para lá de uma espessa cortina de propaganda e manobras de distração" a proposta do Governo "prossegue e aprofunda ainda mais a política do governo anterior, de maioria absoluta do PS, ao serviço dos grupos económicos e financeiros, que agrava as condições de vida, que aprofunda injustiças e desigualdades".

O representante do PCP considera ainda errado a idea de que sem Orçamento o que resta é uma "instabilidade caótica". Para Paulo Raimundo essa é uma deia promovida pelas "forças mais retrógradas e reacionárias de partidos submissos às orientações da União Europeia, do grande capital e de ataque aos valores de Abril".

A proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano vai ser o ponto central das Jornadas Parlamentares do PCP que se prolongam até esta terça feira. Paulo Raimundo afirma que durante dois dias o PCP vai "denunciar e demonstrar as opções erradas da política de direita e construir e afirmar as soluções, as medidas e as respostas que se exigem". O secretário-geral do PCP realça que o caminho deve ser a resposta aos interesses e direitos dos trabalhadores e do país e defende o "aumento dos salários e das reformas; valorização do SNS, da escola pública, dos serviços públicos, o caminho do acesso à habitação, à creche e ao pré-escolar; o caminho da valorização da produção nacional, do investimento público e do desenvolvimento económico".

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