Portugal quer repetir glória sub-17: «As pessoas começam a ver-nos com outros olhos...»

3 meses atrás 95

O Campeonato da Europa de sub-17 é, por cortesia da UEFA, a primeira porta de afirmação internacional (oficial) para as novas gerações do futebol. Vencer neste palco abre espaço para o sucesso nos escalões seguintes e até mesmo, quando tudo corre bem, no futebol sénior.

Esta quarta-feira Portugal disputa, frente a Itália, a sua terceira final nesta faixa etária. Foi feliz em ambas, conquistando o troféu no ano de 2003, em Viseu, e mais recentemente em 2016, na Bakcell Arena de Baku. Os comandados de João Santos quererão repetir a história, desta feita em Limassol, Chipre.

Em jeito de antevisão a um jogo potencialmente histórico, o zerozero viajou até essa mais recente final, disputada há oito anos, e recordou-a com a ajuda do homem que no fim levantou o troféu: o capitão Diogo Queirós.

O onze inicial do jogo de abertura, frente ao Azerbaijão @Getty /


«Acho que o que aconteceu nesse ano, que foi crucial para nós, foi o choque de realidade com que nos confrontámos. Um jogo em que percebemos que teríamos de trabalhar bem e que não éramos invencíveis», começou por dizer o central.

Diogo Queirós referia-se a uma derrota por 0-5 frente à Alemanha, em pleno Estádio do Algarve. Foi aí que tudo mudou. No mês seguinte, Portugal ganhou todos os jogos da fase de qualificação para o Euro e volvidos mais dois meses, quando chegou a fase final, a equipa das quinas estava pronta para dominar.

«Na minha opinião, foi uma campanha perfeita. Só sofremos um golo, foi na final, e tivemos boas exibições em praticamente todos os jogos. A cada dia que passava, a equipa sentia cada vez mais que o troféu viria para nós.»

Para poder celebrar no fim, essa saúde defensiva da equipa comandada por Hélio Sousa foi chave. Valeu uma quase intransponível muralha de Diogos (Costa, Dalot, Leite e Queirós), mas não só:

Fez 72 jogos pelas seleções jovens de Portugal @Global Imagens / 11157

«As exibições eram muito sólidas, fazíamos bastantes golos e acabávamos sempre com o sentimento de que tínhamos dominado. Levámos a baliza a zeros até à final e mesmo esse golo da Espanha o Dalot quase cortou em cima da linha. Tínhamos um grande compromisso defensivo que dava estabilidade à equipa», recordou, sem esquecer o fator montra.

«No nosso caso, quando conquistámos o troféu, as pessoas começam a ver-nos com outros olhos. Sentem que ali há grandes promessas do futebol português. Esta é a primeira competição que dá real visibilidade.»

[Leia também - Euro Sub-17: onde anda a geração de ouro de 2016?]

«Acredito que tenham o mesmo sentimento que nós»

Depois da viagem ao passado, Diogo Queirós, atualmente ao serviço do Farul na Roménia, acompanhou o zerozero no regresso à atualidade e à grande final que uma geração mais jovem tem pela frente.

Festa portuguesa em Baku

«Fico muito feliz pelos resultados e por este espírito de nunca desistir e de lutar até ao fim. Sinto que isso também caracteriza o que é ser português», atirou, antes de referir um elemento que mais o tem impressionado.

«O Rodrigo Mora, por estar em destaque e também por ser do FC Porto. Está a fazer um Campeonato da Europa com contribuições para golo em todos os jogos e só espero que faça o mesmo na final.»

Líder por natureza, como mostrou ao longo de toda a sua carreira de formação, o jogador natural de Matosinhos deixou aos mais novos uma perspetiva relevante sobre o jogo de quarta-feira:

«Acredito que eles tenham o mesmo sentimento que nós tivemos, de que a Taça pode cair para o seu lado. É uma final, mas é só mais um jogo, por isso espero que façam igual, pelo menos, ao que têm feito nos outros jogos. De certeza que as coisas correrão bem, mas se não for esse o caso, espero que não desanimem», rematou.

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