Presidente do UBS avisa que reguladores procuram fraquezas no sítio errado

9 meses atrás 111

“Uma vez que o mercado de shadow banks (que escapam à supervisão dos reguladores) não está suficientemente regulamentado, é aqui que provavelmente surgirão as crises”, afirmou hoje Colm Kelleher num evento na Bloomberg House, em Davos adiantando que obrigar a procurar mais capital para o sistema bancário, “é uma tese errada”.

O presidente do UBS, Colm Kelleher, criticou os reguladores por estarem a pressionar os bancos para aumentarem os capitais e alertou que os chamados “bancos sombra [shadow lenders] “têm mais probabilidade de ser a fonte da próxima crise”, noticiou a Bloomberg.

“Uma vez que o mercado de shadow banks (que escapam à supervisão dos reguladores) não está suficientemente regulamentado, é aqui que provavelmente surgirão as crises”, afirmou hoje Colm Kelleher num evento na Bloomberg House, em Davos adiantando que obrigar a procurar mais capital para o sistema bancário, “é uma tese errada”.

No fundo, para o banqueiro, os reguladores estão “a procurar no sítio errado” quando pressionam os bancos a aumentarem o seu capital para resolver as fragilidades do sistema financeiro, já que os chamados “bancos-sombra” têm mais probabilidades de ser a fonte da próxima crise.

Os bancos sombra são intermediários financeiros que efectuam transformações de maturidade, crédito e liquidez sem acesso explícito à liquidez do banco central ou a garantias de crédito do sector público. central ou a garantias de crédito do sector público Exemplos de bancos paralelos (shadow banks) incluem instituições financeiras, canais de distribuição de papel comercial garantidos por ativos (asset-backed commercial paper – ABCP), veículos de investimento estruturados (SIVs), fundos de cobertura de crédito, fundos mútuos do mercado monetário; instituições que fazem empréstimo de títulos; credores de títulos, empresas financeiras de propósito limitado (LPFCs) e empresas patrocinadas pelo governo (GSEs).

Na terça-feira, na FT Global Banking Summit, em Londres, o Chairman do UBS afirmou que “existe uma bolha de ativos nos bancos sombra”, lembrando estes players quase triplicaram desde 2015.

Os bancos sombra tornaram-se num instrumento de financiamento cada vez mais procurado pelas empresas nas operações de aquisição de outras empresas, compensando a retração do crédito bancário num contexto de aumento das taxas de juro.

Alguns bancos estão preocupados. Colm Kelleher é o mais recente executivo de topo a alertar para os riscos crescentes dos shadow banks.

Os bancos de Wall Street, em particular, estão a insurgir-se contra a implementação de um conjunto de regras estabelecidas após a última crise financeira, com os reguladores norte-americanos a quererem exigir que os bancos aumentem as suas reservas de capital em quase 20%.

Em janeiro, os executivos de topo da Pimco alertaram para o facto de este mercado estar pouco regulamentado e carecer de transparência.

Elizabeth McCaul, membro do conselho de supervisão do Banco Central Europeu (BCE), afirmou na terça-feira na FT Global Banking Summit, que os empréstimos não bancários, que incluem dívida privada, são “demasiado opacos”.

Os reguladores devem colmatar as “lacunas” de supervisão, uma vez que o mercado em crescimento pode representar riscos sistémicos, salientou.

Depois de uma carreira de três décadas no Morgan Stanley, Kelleher está agora a dirigir o UBS numa das maiores fusões da história financeira recente, com o banco a absorver o seu antigo rival Credit Suisse.

O presidente do UBS Group, Colm Kelleher, indicou também que há uma boa hipótese de o banco suíço ultrapassar o objetivo de rentabilidade que estabeleceu para si próprio. “Estabelecemos um objetivo de 15%”, disse Kelleher nesta quarta-feira num evento na Bloomberg House, em Davos. “Obviamente que pode haver uma subida nesse objetivo”.

O UBS tem feito progressos rápidos na integração do Credit Suisse desde que concordou em comprar o rival mais pequeno numa aquisição de emergência, há dez meses, naquela que foi a maior união do sector bancário desde a crise financeira. Ainda assim, a aquisição vem acompanhada de uma série de potenciais dificuldades, desde o encerramento de posições até à gestão das responsabilidades legais herdadas do Credit Suisse.

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