Primeiro-ministro sueco na Hungria para convencer Viktor Orbán a aceitar entrada na NATO

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Depois da Turquia, a Hungria. Nunca a entrada de um país na NATO foi tão difícil. E ainda não aconteceu: o Fidesz queria agendar a votação para o momento da visita, mas Orbán pediu mais tempo para negociar.

O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, está esta sexta-feira em Budapeste, capital da Hungria,  – e na agenda volta a estar o tema da cooperação entre ambos os países nas áreas da defesa e segurança. Que é o mesmo que dizer a adesão à NATO. A Hungria está a ‘vender caro’ o levantamento de veto à entrada da Suécia na aliança atlântica – e os restantes Estados-membros estão desconfortáveis com a indecisão que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, está a manter.

O veto da Turquia parecia, aos analistas, bem mais fácil de vencer, mas o certo é que o parlamento de Ancara já se pronunciou favoravelmente, enquanto o executivo de Budapeste continua sem decidir – apesar de a União Europeia já ter feito a sua parte: cedeu à ‘chantagem’ húngara, que deixou saber que, se houvesse qualquer problema com o envio de fundos comuns para o país (sempre com as tradicionais alegações de falta de conformidade democrática e evidências de corrupção na gestão dos dinheiros), os suecos ficariam do lado de fora das portas da NATO.

A Hungria prepara-se para assumir a presidência do conselho da União (entre julho e dezembro próximos) e o encontro entre os dois primeiros-ministros pode indicar, dizem os analistas, que Orbán quer esperar por esse momento para criar um cenário em que a Hungria saia bem da ‘fotografia’. Mas a NATO tem outras prioridades – e a Suécia e mesmo a Ucrânia também – e por isso não está propriamente contente com as posições da Hungria.

Mas essa pode ser uma questão ultrapassada. Durante o encontro, ambos farão uma revisão da agenda estratégica que a União Europeia enfrenta, disse Bertalan Havasi, porta-voz para a imprensa do primeiro-ministro, citado pelos jornais locais. Numa conferência de imprensa esta quinta-feira, após a reunião do grupo parlamentar Fidesz-KDNP, o seu líder (do partido de Orbán), Máté Kocsis, disse que a formação política conseguiu silenciar aqueles que, dentro do próprio governo, se opunham à adesão da Suécia à NATO.

E acrescentou que a visita do primeiro-ministro sueco e as conversações preliminares dos últimos dias levaram as relações entre os dois países “na direção certa”. Após o anúncio do primeiro-ministro sueco de que viajaria para Budapeste, o líder do grupo parlamentar do Fidesz escreveu ao presidente do parlamento para colocar na ordem do dia a votação da ratificação da adesão da Suécia à NATO.

De qualquer modo, para Orbán há algumas questões militares pendentes com os suecos e, portanto, pediu ao grupo parlamentar que lhe desse tempo para negociações. Não se sabe exatamente o que será discutido nesses acordos. Ou seja, um acordo da Hungria sobre a entrada da Suécia na NATO só será saudado pela aliança atlântica quando estiver assinado. Até lá, é esperar e acreditar que as coisas vão correr bem.

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