PS acusa Governo de retirar informação do portal do SNS para "esconder problemas"

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07 ago, 2024 - 14:44 • Diogo Camilo

No Barreiro, socialistas criticaram o silêncio da ministra da Saúde e a demora na abertura dos concursos para médicos especialistas.

O PS denunciou esta quarta-feira a “falta de transparência” do Governo ao retirar informações do Portal do SNS como consultas e cirurgias, criticando o silêncio da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

“Grávidas podiam a qualquer altura consultar o portal do SNS e ter informação atempada. Essa informação foi retirada com o objetivo de esconder problemas e dificuldades”, afirmou o deputado do PS, João Paulo Correia, depois de uma reunião dos socialistas com a administração do Hospital do Barreiro.

À saída da reunião, os socialistas sublinharam que a situação vivida no SNS atualmente “é bem mais grave” que as dos últimos anos e que as decisões do Governo para a Saúde, como a mudança da direção-executiva do SNS e o plano de emergência, estão "a trazer consequências danosas" e que muitas destas se devem à gestão de informação pública.

Explicando que a urgência Obstetrícia e Ginecologia funciona de de forma complementar com outras duas urgências, de Setúbal e Garcia de Orta, João Paulo Correia acusou a “falta de transparência” com a retirada de informações do Portal de Transparência do SNS, “uma informação que estava disponível a todos os cidadãos” e que “cria um sentimento de insegurança” a quem procura o SNS.

O PS criticou ainda a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, pela demora na abertura dos concursos para médicos especialistas.

“Veio tarde, porque a ministra da Saúde quis mudar as regras concursais. No Parlamento o PS chamou a atenção que isso iria provocar atrasos nos concursos e a ministra fez ouvidos de mercador. A ministra passa o tempo a passar culpas e nas últimas semanas remeteu-se ao silêncio para não assumir responsabilidades”, atirou João Paulo Correia.

Com o encerramento de urgências, o PS anunciou reuniões com os hospitais e apelou ao primeiro-ministro para que apresente medidas que respondam às dificuldades do Serviço Nacional de Saúde.

Atualmente, das 15 medidas urgentes previstas no Plano de Emergência e Transformação na Saúde, apenas duas estão concluídas, segundo os dados disponíveis no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Os dados consultados pela Lusa no portal do SNS, que desde o início de julho permite monitorizar a execução do plano, mostram que de um total de 54 medidas, 23 estão em curso, duas concluídas e as restantes ainda não arrancaram.

As 54 medidas estão estruturadas em cinco eixos estratégicos: Resposta a Tempo e Horas (10 medidas); Bebés e Mães em Segurança (10 medidas); Cuidados Urgentes e Emergentes (13 medidas); Saúde Próxima e Familiar (12 medidas) e Saúde Mental (nove medidas).

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