"Repor a verdade". Oficiais da GNR negam ter melhor renumeração que inspetores da PJ

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“Face ao exposto, os oficiais da Guarda sentem a obrigação de repor a verdade factual, continuando a não admitir esta postura de incompreensível arrogância perante uma injustiça visível por todos, exceto por aqueles que a cometeram”, lê-se num comunicado.

Os oficiais informam, por isso, que “a valorização salarial a que os militares da Guarda foram sujeitos foi aplicada de forma universal a toda a Administração Pública, onde se incluem também os inspetores da Polícia Judiciária”.

Dizem ainda que “desde 2015 que as promoções na Guarda andam a ser concretizadas com um atraso médio de um ano”, nunca tendo sido aplicados retroativos. “Relembra-se que os aumentos efetuados aos Inspetores da PJ tiveram efeitos retroativos a janeiro de 2023”, salientam.

Deixam também uma tabela salarial que dizem demonstrar “a discriminação negativa” com prejuízo para os militares da Guarda, alegando que existe uma diferença salarial de 994,72€ entre um oficial da GNR e um inspetor, ambos em início de carreira.Haverá ainda uma diferença salarial de 1.704,43€ entre o diretor nacional da Judiciária e o comandante-geral da GNR.

“A aprovação do suplemento de missão para a PJ foi apenas o rastilho que veio deflagrar uma carga explosiva que foi consolidada ao longo dos últimos anos com a contínua delapidação, desconsideração e desrespeito por parte dos nossos governantes”, queixa-se a Associação Nacional de Oficiais da Guarda.
“Ninguém está a ser instrumentalizado”
Os guardas criticam que as declarações do PS tenham levantado a suspeita de que “os últimos movimentos de indignação demonstrados pelos elementos das Forças de Segurança” tenham sido alvo de “algum tipo de instrumentalização, como se as duas maiores concentrações de polícias de sempre tivessem tido origem em supostas influências subversivas”.

“Não, ninguém está a ser instrumentalizado ou pressionado por qualquer outro tipo de interesse, que não a reposição de direitos que são mais do que devidos”, garantem.

Os profissionais acusam ainda o Governo de continuar a alimentar um “nível de instabilidade como há muito tempo não se via” através de uma “postura de desconsideração e tentativas de camuflar o evidente”.

“Se o Grupo Parlamentar do Partido Socialista sente a necessidade de fazer apelos contra a instrumentalização, certamente permitirão ser apelados a tomar uma posição de humildade e admitir de uma vez por todas o tremendo erro que cometeram. É verdade que não vai resolver o problema, mas pelo menos servirá para trazer alguma serenidade às fileiras, cujos ânimos são cada vez mais difíceis de apaziguar”, termina o comunicado.

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