Sonae aumenta lucros para 75 milhões num semestre de investimento recorde

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A Sonae obteve um resultado líquido atribuível aos acionistas de 75 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 14% do que o obtido em igual período do ano passado, "impulsionado pela melhoria do EBITDA, decorrente dos ganhos de quota e da performance dos negócios, que mais do que compensou o incremento das depreciações em consequência do forte investimento realizado, dos custos financeiros e dos impostos", explica o grupo liderado por Cláudia Azevedo, esta terça-feira, 30 de julho, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) consolidado melhorou 18,2% para 410 milhões de euros, traduzindo "o sólido desempenho dos negócios de retalho e o aumento do contributo dos resultados pelo método de equivalência patrimonial, nomeadamente da Nos", tendo o volume de negócios registado um aumento homólogo de 11,4%, para aproximadamente 4,3 mil milhões de euros, "impulsionado pelo crescimento da MC e da Worten, que reforçaram as suas posições de liderança no mercado português, e pela integração da Musti", destaca a Sonae.

CEO destaca "desempenhos notáveis" dos principais negócios do grupo

Em síntese, "durante os primeiros seis meses de 2024, os nossos principais negócios continuaram a apresentar desempenhos notáveis", conclui Cláudia Azevedo, na mensagem que acompanha a apresentação de contas do grupo relativas à primeira metade deste ano.

A CEO lembrou que, "desde o início do ano, a Sonae deu passos significativos nos seus esforços de crescimento e de internacionalização, investindo mais de mil milhões de euros em três novos negócios", sendo que o investimento consolidado superou os 1,3 mil milhões de euros nos últimos 12 meses, com o investimento no primeiro semestre de 2024 "a atingir o valor recorde de 966 milhões de euros", realça o grupo sediado na Maia.

"No setor do retalho, expandimos o nosso portefólio para o segmento de animais de estimação nos países nórdicos através do investimento de controlo na Musti e, já no terceiro trimestre, a MC concluiu a fusão entre a Arenal e a Druni, criando o líder de mercado no segmento de saúde, beleza e bem-estar na Península Ibérica", enfatizou Cláudia Azevedo, sinalizando, ainda, que, "no setor da inovação alimentar, a Sparkfood concluiu a aquisição de uma participação maioritária na BCF Life Sciences, em França, dando mais um passo importante no desenvolvimento desta nova unidade de negócio".

O controlo (81%) da Musti representou um investimento de cerca de 700 milhões de euros, enquanto na compra de 89,1% da BCF Life Sciences foram investidos 160,5 milhões de euros.

E este mês, a sua MC fechou a transação para a combinação da Druni e da Arenal, negócio anunciado em junho do ano passado, tendo adquirido uma participação de 50% na Druni por contrapartida da sua participação de 60% na Arenal, juntamente com um investimento de cerca de 148 milhões de euros e um montante condicional de até 36 milhões de euros a ser pago em 2025 e 2026.

E quais são as perspetivas da líder da Sonae para a segunda metade de 2024? "Mantenho plena confiança na nossa capacidade de impulsionar a inovação e o crescimento para melhorar as condições de vida de um número crescente de famílias nas várias geografias onde operamos. Continuaremos a apoiar as nossas pessoas e as nossas empresas, garantindo que dispõem dos recursos necessários para melhorar o seu desempenho atual, investindo simultaneamente no futuro para assegurar a criação valor de longo prazo para todos os nossos ‘stakeholders’", sublinhou a irmã de Paulo Azevedo, chairman do grupo.

Dona do Continente fatura 3,3 mil milhões

No retalho alimentar, a MC "continuou a enfrentar um ambiente competitivo forte e exigente no setor alimentar português", tendo no primeiro semestre registado um crescimento homólogo da faturação em 7,8% para 3,3 mil milhões de euros, "impulsionado pelo melhor desempenho do segmento alimentar e do segmento saúde, bem-estar e beleza".

Relativamente à rentabilidade, a dona do Continente "manteve um perfil consistente nos últimos trimestres com a implementação de medidas de controlo de custos eficientes" e com um EBITDA subjacente de 305 milhões de euros na primeira metade deste ano, mais 26 milhões do que em igual período do ano passado, e com uma margem de 9,3% (mais 0,1 pontos em termos homólogos).

Nos primeiros seis meses deste ano, a MC abriu 43 lojas, incluindo 10 novas lojas de proximidade Continente Bom Dia, tendo investido neste período 123 milhões de euros (mais 8% do que há um ano), "valor que inclui o investimento no parque de lojas e melhorias contínuas nas plataformas informáticas e logísticas".

Vendas da Worten aumentam 6,5 e a iServices abre mais 16 lojas

No retalho de eletrónica, a Sonae também sublinha que a Worten "continuou a enfrentar um mercado bastante competitivo", masque "reforçou a sua posição de liderança quer ‘offline’ quer online", com o volume de negócios a crescer 6,5% em termos homólogos para 593milhões de euros na primeira metade de 2024.

A Sonae realça que a iServices "tem também contribuído de forma significativa para este desempenho de vendas", continuando a apostar na sua expansão internacional, nomeadamente em Espanha, França e Bélgica, tendo aberto um total de 16 novas lojas entre janeiro e junho, das quais dez fora de Portugal. 

Sierra contribuiu com 26 milhões para o EBITDA da Sonae

Já no setor imobiliário, o resultado líquido da Sierra aumentou 17,2% para 45milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano, "impulsionado sobretudo pelo impacto da melhoria das avaliações ao nível do resultado indireto, sendo o contributo para o EBITDA da Sonae de 26 milhões", detalha o grupo que controla "shoppings" como o Colombo e o NorteShopping.

Sinalizando que as vendas dos lojistas do seu portefólio de centros comerciais continuaram "a sua trajetória de crescimento", realçou que "a afluência superou os níveis pré-pandemia e as taxas de ocupação mantiveram-se elevadas (mais 0,3 pontos para 98,1%)".

Relativamente ao "pipeline" de desenvolvimento da Sierra, destacou a venda parcial da Torre de escritórios do Colombo e a comercialização dos Viva Offices no Porto.

Nos dispara lucros com venda de torres

Por último, o braço de telecomunicações do grupo: nas contas consolidadas da Sonae, a contribuição dos resultados pelo método de equivalência patrimonial da Nos atingiu os 53 milhões de euros no primeiro semestre desta ano, "impulsionada pela melhoria do desempenho operacional e pela mais-valia de 31 milhões de euros relativa à venda de outro conjunto de torres à Cellnex", explicou.  

De referir que a Nos pagou, em maio passado, 0,35 euros por ação de dividendos relativos aos resultados de 2023, totalizando um pagamento de 67 milhões de euros à Sonaecom.

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