Tiago Moutinho: «Historial do clube traz-nos uma motivação extra para esta fase»

7 meses atrás 87

É a hora de todas as decisões na Liga 3! 

Depois de uma primeira fase disputada em duas séries, os quatro primeiros classificados da Série A e os quatro primeiros classificados da Série B 'juntam-se' agora num campeonato de 14 jornadas para discutirem o acesso à 2ª Liga.

Numa prática que já vem sendo comum, o zerozero entrevistou os treinadores dos clubes em questão, numa conversa na qual foi feito não só o rescaldo da fase regular da prova, mas também a antevisão da fase de subida.

Falar-se do futebol português sem se fazer referência ao nome da Académica é uma tarefa praticamente impossível, num sinal claro da importância que o clube de Coimbra tem no panorama desportivo nacional. Ainda a atravessar um período conturbado, a Académica assegurou a presença na fase de subida da Liga 3- ficou no 1º lugar da Série B- depois de quase ter descido de divisão na temporada passada.

Em conversa com o nosso portal, Tiago Moutinho, timoneiro dos estudantes, mostrou estar ciente da exigência do clube e deu voz ao desejo da equipa em regressar aos campeonatos profissionais.

Zerozero: Num plano mais geral, que balanço faz da temporada da Académica até ao momento?

Tiago Moutinho: Olho para a nossa época até ao momento com bastante satisfação. Foi uma fase regular fantástica da nossa parte, sendo que o objetivo desde o início da época era terminarmos nos quatro primeiros. Conseguimos a duas jornadas do fim e depois definimos o objetivo de terminarmos em primeiro, o que também conseguimos. O balanço tem de ser positivo, estou muito feliz pelo trabalho que foi feito até aqui.

ZZ: A Académica chega aqui depois de ter terminado a Série B no primeiro lugar. Para além disso, o clube é um dos históricos do futebol português e não está propriamente habituado a pisar estes palcos. Estes dois aspetos trazem algum tipo de responsabilidade extra para esta fase de subida?

TM: Sim, trazem responsabilidade, mas também trazem muita confiança em relação ao que ainda podemos fazer. O facto de termos terminado em primeiro é um bom indício, sendo que o passado e o historial do clube também nos trazem uma motivação extra para a próxima fase. 

ZZ: O mercado de transferências abriu pouco antes da fase regular terminar. Quão difícil é para um treinador gerir este cenário? A Académica perdeu o D'Avilla, que vinha sendo um dos melhores da equipa, mas contratou o Obiora, por exemplo...

TM: A gestão não é fácil, no mês de janeiro tivemos as quatro jornadas finais da fase regular e o mercado estava aberto. O facto de estarmos a praticar um bom futebol e de estarmos em primeiro lugar fez com que o nosso jogadores fossem cobiçados, foi normal ter surgido o interesse de outros clubes. A gestão tornou-se ainda mais difícil, mas conseguimos blindar o grupo e fazer com que o foco fosse só dentro das quatro linhas. Felizmente correu bem. Em relação ao mercado, o D'Avilla estava a ser um jogador muito importante para nós, mas agora entrou o Obiora para colmatar a ausência dele. Também entraram o João Resende e o Gonçalo Ferreira, jogadores jovens, com ambição e com paixão pelo jogo- dentro do perfil Académica. Acima de tudo, o aspeto mais positivo deste mercado é que conseguimos manter o plantel praticamente todo.

ZZ: Olhando para a sua carreira, passaram pouco mais de dois anos desde que chegou ao cargo de treinador principal, isto depois de vários anos como adjunto. Que balanço faz deste período?

TM: É um balanço muito positivo. Continuo no meu caminho, a aprender e a evoluir como treinador. Felizmente, os resultados têm sido muito positivos, mesmo na AD Sanjoanense, o meu primeiro clube. Desde que cheguei à Académica, em março do ano passado, as coisas têm-me corrido bem e o número de vitórias é elevado, o que é bom essencialmente para o coletivo. Quero continuar nesta senda de vitórias e a ajudar o clube que represento. Chegámos com o clube a passar um período muito complicado, mas o impacto foi muito positivo. Tivemos seis vitórias consecutivas e conseguimos a manutenção, sendo que este ano, com um plantel bem construído, estamos a fazer um bom trabalho. Temos o terceiro plantel mais jovem da Liga 3.

ZZ: Como perspetiva esta fase de subida? Como olha para a mudança de formato da competição?

TM: Entramos nesta fase final com as mesmas hipóteses que os outros, estou à espera de um campeonato muito competitivo. Em relação à mudança de formato, considero que é positiva. Quando há cruzamento de séries, é justo que as equipas comecem todas com zero pontos. As oito equipas têm o objetivo de lutar pelos dois primeiros lugares e têm capacidades para isso. Ver todas as equipas de um campeonato a lutar pelo mesmo objetivo não é algo propriamente comum, num sinal claro da competitividade que existirá. A Académica tem a capacidade para lutar pela subida.

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