Tiago Roquette Geraldes: “Finalmente começa a haver algum capital em Portugal”

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Há bancos de investimento e boutiques financeiras à procura de oportunidades, revelou Tiago Roquette Geraldes, acrescentando que “quando isso acontece começa a criar-se um circulo virtuoso”.

Tiago Roquette Geraldes, head of Venture Capital & Private Equity da IMGA (IM Gestão de Ativos), na conferência do JE Advisory, que decorreu em Lisboa esta quarta-feira, começou por contextualizar que está na área do “buy side” para dizer que “houve um progresso enorme em 10 anos, não só a economia começou a ganhar velocidade, com a ajuda do turismo, como agora com o PRR e os programas do Banco de Fomento, passou a haver algum capital. Esse capital existe e vai ser aplicado”.

Há bancos de investimento e boutiques financeiras à procura de oportunidades, revelou Tiago Roquette Geraldes, que acrescentou que “quando isso acontece começa a criar-se um circulo virtuoso”.

“É preciso manter a estabilidade fiscal ao nível dos investidores particulares”, defendeu ainda o gestor da IMGA.

Em relação ao tema de como captar capital, Tiago Roquette Geraldes, lembrou que, “por toda a Europa e patrocinado pela própria Comissão Europeia, já existem Organismos de Investimento Coletivo que vão buscar capital aos particulares para fazerem os investimentos. Em Portugal ainda não estamos nessa fase, de juntar capital particular a capital institucional para fazer as compras e isso acabará por acontecer cá, pois já acontece em Espanha, Itália e França”.

“A minha expectativa é que os montantes que são geridos pelo Banco de Fomento entrem finalmente em jogo”, defendeu o gestor.

“Eu tenho neste momento investidores alemães que vivem em Santo Estevão e fizeram três investimentos em Portugal no ano passado e outro que está nos EUA e que, de repente, olha para Portugal e traz a sua ligação a mercados”, revelou Tiago Roquette Geraldes.

Questionado sobre se a política pode impactar no mercado, o gestor respondeu: “julgo que não, desde que não se parta nada”.

“Eu sou favorável à alteração que foi feita ao Regime dos Residentes Nâo Habituais, em termos teóricos, mas cada vez que há uma alteração temos que saber que o custo de adaptação é tão grande”.

O head of Venture Capital & Private Equity da IMGA (IM Gestão de Ativos) antevê que os fundos de private equity começem a olhar para a descarbonização.

Tiago Roquette Geraldes disse ainda que os fundos de private equity olham para as fusões e aquisições com o potencial risco de execução. “O português gosta muito do minifúndio”, o que é um factor de risco nos processos de fusões.

As aquisições e as fusões são factores geradores de eficiência, defendeu.

Tiago Roquette Geraldes considera que o papel dos fundos de private equity é relevante para as empresas, também para a sua internacionalização, mas reconhece que no caso da IMGA a escolha é ser um acionista relevante na empresa.

O gestor revelou que a percepção que os private equities têm hoje nas camadas mais novas da população é bastante positiva, citando mesmo caso de recém licenciados que se mostraram disponíveis a fazer private equities em Portugal, em detrimento de irem para grandes bancos de investimentos internacionais.

Sobre a Inteligência Artificial Generativa, disse que está a entrar em todos os tipo de indústria, incluindo nos private equities.

Desde maio de 2015, a IMGA é detida na sua totalidade pelo Grupo CIMD, um dos maiores grupos independentes nos mercados financeiros e de energia da Península Ibérica. O presidente da gestora de fundos é Iñigo Trincado Boville.

A conferência subordinada ao tema “Consolidar para Crescer – o papel do M&A na competitividade da economia portuguesa”, organizado pelo Jornal Económico, teve um painel intitulado “Consolidar para crescer”, em que participaram Duarte Schmidt, sócio e co-Coordenador de Corporate M&A da PLMJ; Francisco Alvim, head of M&A da Howden Portugal; João Nuno Palma, vice-presidente do Millenium BCP; e Tiago Roquette Geraldes, head of Venture Capital & Private Equity da IMGA (IM Gestão de Ativos).

Sobre a imagem em Portugal dos fundos de private equities, no geral, todos consideram que a percepção é cada vez mais positiva, e mesmo nos políticos “há uma melhor percepção e mais confiança no papel deste tipo de agentes” disse, por sua vez, Francisco Alvim que lembra que foram alguns desses fundos que permitiram a continuidade de alguma empresas portuguesas (como o Novobanco e a Efacec). O responsável da Howden disse que os programas do governo já estão a ser incorporados pelos programas políticos, nomeadamente, o da AD que faz várias referências a capital de risco e a fusões.

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