Vendas do sector farmacêutico devem crescer 5,1% no mundo em 2024

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Relatório da empresa de seguro de crédito Crédito y Caución antecipa um crescimento significativo na produção e nas vendas globais da indústria farmacêutica este ano, impulsionadas pela atividade na Ásia-Pacífico.

A produção e as vendas globais do sector farmacêutico aumentarão 4,6% e 5,1%, respetivamente, em 2024, impulsionadas principalmente pela atividade na Ásia-Pacífico, adianta o último relatório da empresa especializada em seguro de crédito, Crédito y Caución.

Em 2023, o crescimento da produção farmacêutica global foi limitado a 0,5%, uma clara desaceleração face aos 17% em 2021 e aos 6,8% em 2022, em resposta à pandemia global.

“O sector tem pontos fortes significativos que impulsionam o seu crescimento”, afirma Crédito y Caución, que os resume em quatro: 1)  O consumo farmacêutico tende a ser menos afetado do que outros sectores mais cíclicos nas crises. 2) O envelhecimento das populações nos mercados desenvolvidos e na China está a impulsionar a procura por produtos farmacêuticos especializados, medicamentos para doenças crónicas e medicamentos genéricos. 3) A melhoria dos cuidados de saúde e o aumento dos rendimentos das famílias nos mercados emergentes estão a impulsionar a procura de medicamentos genéricos e de venda livre. 4) A IA e a análise de big data estão a melhorar a eficiência no desenvolvimento de medicamentos, ensaios clínicos e cuidados ao paciente.

No outro prato da balança figuram os pontos fracos. São, segundo a Crédito y Caución: i) A  inflação e as elevadas taxas de juro estão a afetar o poder de compra das famílias, conduzindo a uma menor procura de produtos como medicamentos de venda livre. ii) A necessidade de reduzir os défices orçamentais e os níveis de dívida pública pode também afetar a despesa pública com a saúde. iii) Alguns mercados, como a União Europeia, os Estados Unidos e o Reino Unido, estão a rever os seus regulamentos sobre o preço dos medicamentos, numa tentativa de reduzir os custos de saúde do Estado face aos critérios da indústria, que alega que a fixação de preços regulados poderia afetar a sua capacidade de I+D.

“Entre os riscos financeiros que o sector enfrenta está a evolução das patentes: as 15 patentes mais relevantes expirarão na próxima década”, salienta a Crédito y Caución, que, em virtude disso, considera previsível que os fabricantes de medicamentos de marca aumentem as despesas em I+D em busca de novas patentes. Os lucros podem, então, diminuir se o sector não for capaz de reduzir os custos ou introduzir novos produtos para aumentar as margens brutas, adianta.

De acordo com a Crédito y Caución, o sector tem, no entanto, capitais próprios, solvência e liquidez sólidos e a maioria das empresas farmacêuticas e de biotecnologia pode suportar os elevados custos de I+D através do acesso contínuo a financiamento externo.

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