Banco do português BiG em Moçambique duplicou lucros no primeiro semestre

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Os lucros do BiG Moçambique, do Banco de Investimento Global (BiG) português, duplicaram no primeiro semestre, face ao mesmo período de 2023, para 159,9 milhões de meticais (2,3 milhões de euros).

De acordo com as demonstrações financeiras do primeiro semestre, a que a Lusa teve hoje acesso, este desempenho contrasta com o resultado líquido de 80,9 milhões de meticais (1,2 milhão de euros) nos primeiros seis meses de 2023, resultando no crescimento de 49,4% nos lucros.

O ativo total BiG Moçambique recuou 6,6% até ao final de junho, para 4.523 milhões de meticais (65,3 milhões de euros), mas neste caso face ao final de 2023, enquanto o passivo total caiu 11,4%, para 2.277 milhões de meticais (32,9 milhões de euros).

"O Conselho de Administração do Banco realizou uma avaliação da sua capacidade de continuar em funcionamento e concluiu que o banco dispõe de capital, sistemas e recursos que o permitem continuar a operar num futuro previsível. Adicionalmente, o Conselho de Administração considera que a gestão do banco não tem conhecimento de quaisquer incertezas materiais que possam causar dúvidas significativas sobre a capacidade de continuar em funcionamento. Deste modo, as demonstrações financeiras foram preparadas com base na continuidade do negócio", lê-se no relatório.

Os lucros do BiG Moçambique caíram para 274,2 milhões de meticais (quatro milhões de euros) em 2023, de acordo com o relatório e contas noticiado anteriormente pela Lusa.

"O desempenho do BiG no ano de 2023 foi influenciado pelo contexto de política monetária restritiva adotada pelo Banco de Moçambique, nomeadamente o aumento dos coeficientes de reservas obrigatórias (...), bem como a manutenção das taxas diretoras em níveis altos", indica, no documento.

"Neste contexto, e na sequência de uma descida do `rating` para as responsabilidades do país em moeda local, o BiG manteve uma gestão cautelosa do balanço, que se traduziu numa redução gradual da sua carteira bancária, em paralelo com a manutenção de uma situação de liquidez confortável ao longo do ano, nomeadamente em aplicações junto do Banco Central e outros títulos de curto prazo", acrescenta.

De acordo com o relatório, este desempenho representa uma queda nos lucros de pouco mais de 0,5%, face aos 275,9 milhões de meticais (4,05 milhões de euros) registados em 2022.

O BiG Moçambique foi constituído em 2016 e o seu capital é detido maioritariamente (82,6%) pelo Banco de Investimento Global, S.A., com sede em Lisboa, contando ainda, entre outros, com participações da Empresa Moçambicana de Seguros (11,1%) e as seguradoras Hollard Moçambique (2,9%) e FPTM (2,2%).

Dados do banco central referem que funcionam em Moçambique 15 bancos comerciais e 12 microbancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança e crédito, entre outras.

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