BCE: Allianz admite três cortes de 25 pontos base este ano

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A gestora de ativos aponta que o primeiro corte vai ter lugar já esta semana.

A Allianz Global Investors (GI) admite que o Banco Central Europeu (BCE) venha a proceder a três cortes de 25 pontos base (pb) este ano. O primeiro terá lugar já na reunião de amanhã, 6 de junho.

“O foco do investidor está no que se segue. Após uma longa fase de manutenção de taxas estáveis, o início de um ciclo de cortes nas taxas de juro levanta questões sobre os próximos passos. Qual é a meta para a taxa terminal? E quão rápido conseguirá o BCE atingi-la? Os investidores estarão particularmente atentos a qualquer indício de uma resposta a essas perguntas, bem como às previsões macroeconómicas que devem ser apresentadas”, disse em comunicado Franck Dixmier, diretor global de investimentos em obrigações da gestora de ativos alemã.

O responsável aponta que o “o ritmo de cortes futuros está dependente de um animado debate dentro do Conselho. As expetativas para a inflação estão ancoradas em níveis próximos da meta do BCE (a swap inflation a cinco anos foi de 2,3%), um bom indicador da confiança que o investidor tem na capacidade do banco central de respeitar o seu mandato. O foco do Conselho estará mais na trajetória precisa da inflação rumo ao objetivo da estabilidade de preços do banco central e do seu grau de confiança de que a inflação permanecerá nesse nível”.

Depois de ter atingido um pico de 10,6% em outubro de 2022, a inflação recuou para 2,6% em maio deste ano. Já a inflação subjacente recuou do pico de 5,7% em março de 2023 para os 2,9% em maio.

O analista destaca que o BCE deve “continuar vigilante sobre os potenciais efeitos de segunda ronda após o aumento dos salários (os salários negociados aumentaram 4,7% na zona euro no primeiro trimestre), bem como os desenvolvimentos em outros custos, como o frete marítimo, impactado pela crise no Mar Vermelho”.

No início do ano, os analistas esperavam 164 pb de cortes de taxas ao longo do ano, mas agora esperam por 62 pb.

Já a Allianz admite três cortes este ano. “Achamos que a nossa expetativa de dois cortes de 25 pb até ao final de 2024 parece muito razoável, mas não descartamos três cortes de 25 pb”.

“Para os investidores, a pressão recente sobre os rendimentos (yields) ao longo da curva oferece uma boa oportunidade para aumentar a duração, o que favorece as estratégias de inclinação da curva de rendimento”, conclui o analista.

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