BP interrompe circulação de navios no Mar Vermelho

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Depois de duas das maiores transportadoras marítimas terem interrompido a circulação dos seus navios no Mar Vermelho, a Maersk e a Hapag-Lloyd, também a BP anunciou esta segunda-feira que vai deixar de atravessar a região.

Em causa estão ataques dos militantes Houthis do Iémen a navios que têm passado pela região do Mar Vermelho, na rota de Bab al-Mandab, que tem o nome do estreito por onde passa, ao largo do Iémen e que separa o Oceano Índico e o Mar Vermelho. Esta é uma das principais rotas globais para o fornecimento de matérias-primas por via marítima, particularmente crude e combustíveis da região do Golfo em direção ao Mediterrâneo, seja através do Canal do Suez, ou do oleoduto SUMED - que vai do Mar Vermelho até ao Mediterrâneo, atravessando o Egito."À luz da deterioração da situação de segurança para os navios no Mar Vermelho, a BP decidiu pausar temporariamente todas as passagens", escreveu a empresa num comunicado, citado pela Bloomberg.

"Esta pausa preventiva será objeto de uma análise permanente, em função da evolução da situação na região", refere ainda a BP.

Várias empresas de transporte marítimo também informaram nos últimos dias que estão a evitar a região e a optar por, ou adiar o transporte, ou irem ao largo de África. O facto de não poderem recorrer ao Canal do Suez implica adicionar milhares de milhas às viagens, bem como atrasos e mais custos com combustível.

Os Estados Unidos e os aliados já estão a trabalhar em planos para garantir a segurança na região por onde passa cerca de 12% do comércio marítimo internacional. Os Estados Unidos "vão continuar a considerar opções e a agir de forma coordenada e multilateral para confrontar estas inaceitáveis ameaças e ataques no Mar Vermelho", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Eduardo Maia Silva, citado pela Bloomberg.

Os militantes Houthis têm aumentado os ataques aos navios mercantes da região, especialmente o que dizem ser navios ligados a Israel, como forma de retaliação pela guerra em Gaza.

Em reação a este anúncio, os preços do gás natural liquefeito (GNL) negociado em Amesterdão, nos Países Baixos (TTF) – referência para a Europa continental – chegaram a subir 5,37% até aos 35,3 euros por megawatt-hora.

No petróleo, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, soma 0,78% para 77,15 dólares por barril, enquanto que o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 0,64% para 71,89 dólares por barril.

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