CRÓNICA | Em terra de pantera, quem tem Zalazar é rei

1 mes atrás 52

No 122.º encontro entre estes dois históricos do futebol português, o SC Braga levou a melhor sobre o Boavista, num jogo que terminou com a vantagem minhota pela margem mínima. Roberto fernández, assistido por Rodrigo Zalazar, marcou o único golo da partida e garantiu a primeira vitória dos gverreiros na Liga Betclic.

Em relação à primeira jornada, Cristiano Bacci não fez entrar nenhuma peça nova no seu xadrez, mas colocou Reisinho por dentro e Joel Silva encostado à ala, ao contrário do duelo com o Casa Pia.

O primeiro onze com cunho de Carlos Carvalhal no principal escalão do futebol português veio com algumas mexidas, umas forçadas, outras, certamente, por opção. Hornicek e Bambu entraram para os lugares de Matheus e Niakaté, que foram baixas de última hora. Joe Mendes e roberto Fernández foram opções em vez de Victor Gómez e El Ouazzani.

A estudar o adversário

Os primeiros 45 minutos ficaram marcados pelo equilíbrio entre as duas equipas. Faltaram as oportunidades claras de golo e reinaram os duelos «quentinhos» entre panteras e gverreiros.

O SC Braga de Carlos Carvalhal entrou com vontade mandar. O 4-2-3-1 - apenas e só no papel - do experiente técnico português mostra-se cada vez mais maleável e rotinado. Com bola, Vítor Carvalho ia assumindo o papel de pivot à frente do trio de defesas. Joe Mendes aberto na direita e Bruma na esquerda. Ricardo Horta e Roger por dentro, nos «espaços mortos», e nas costas de Roberto Fernández. Foi daí que nasceu grande parte do perigo criado pelos minhotos. 

Jogo marcado pelos duelos quentinhos entre as duas equipas @Peter Spark / Kapta+

Vukotic e Ibrahima Camará desdobraram-se para tapar tais espaços, mas as situações de superioridade numérica criadas nas laterais minhotas iam causando frissom perto da baliza João Gonçalves. Destaque para o remate de Roger aos 30 minutos, bem ao seu estilo, da esquerda para dentro. Passou perto.

As panteras de Bacci iam tentando sair em contra-ataque. Ora esticando em Bozenik - trabalho incansável do eslovaco - para a chegada de Reisinho e Joel Silva, ora em Salvador Agra. Quase sempre sem sucesso.

Apesar dos gverreiros estarem com mais bola, os axadrezados mostraram-se muito seguros defensivamente durante... quase toda a primeira metade. Isto porque a cinco minutos do descanso, Vítor Carvalho lançou Zalazar na área do Boavista, e o médio uruguaio, de cabeça, serviu Roberto Fernández que só teve de desviar de João Gonçalves. Camara ficou mal na fotografia ao não acompanhar o ex-Málaga.

Por uma unha negra

Os segundos 45 minutos começaram com um Boavista mais atrevido. Bozenik, lançado ppor Salvador Agra, atirou à baliza de Hornicek. Estava feito o aviso. Volvidos dois minutos, e depois de um cruzamento de Filipe Ferreira, foi a vez de Agra alvejar a baliza do checo, mas o guardião controlou o lance.

À passagem do minuto 50 surgiu a oportunidade do jogo - até ao momento - para os comandados de Bacci. Um cruzamento formidável de Salvador Agra a partir da meia esquerda, e Hornicek a exibir os seus reflexos perante o cabeceamento à queima-roupa de Bozenik.

As oportunidades foram surgindo de parte a parte, e o jogo de quentinho passou a quentão. O Bessa tornou-se num um autêntico caldeirão com a ajuda dos adeptos das duas equipas.

Zalazar ficou muito perto de dilatar a vantagem bracarense aos 67 minutos, ou não fosse o corte a meias entre Pedro Gomes e Abascal em cima da linha da baliza de João Gonçalves.

Parada e resposta. Assim foi a partida até ao final dos 90 minutos. O Boavista bem tentou ir em busca do golo da igualdade, mas a bola teimou em não beijar as redes da baliza de Hornicek, ora por culpa do próprio, ora por culpa do poste. Foi por uma unha negra.

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