Equipas coletivas portuguesas nos Jogos Olímpicos? Só aconteceu em seis ocasiões

6 meses atrás 56

Bem sabemos que, todos os anos, Portugal tem vários atletas apurados para as mais diversas modalidades: natação, salto em comprimento, canoagem, ciclismo ou vela. Nos desportivos coletivos, no entanto, o cenário muda de figura, pois acaba por ser menos frequente. 

Alguns desportos, inclusive, nunca chegaram a essa fase. As únicas exceções são o futebol, o hóquei em patins (modalidade experimental em 1992) e o andebol, este último que teve em 2021 o seu ponto mais alto, pois conseguiu chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão.

Cristiano Ronaldo liderou o grupo em 2004 @Getty / Tony Marshall - EMPICS

Assim, na véspera do Torneio Pré-Olímpico, onde Portugal tem a oportunidade de repetir o feito, o zerozero folheou os livros da história e relembra-lhe todas as equipas que alcançaram a competição. De Amesterdão até Tóquio, passando por Atenas, Atlanta e Rio de Janeiro. Viagem pelo mundo.

Desporto-rei

A edição de 1928 (dois anos antes do primeiro Mundial) acabou por ser a primeira competição em que uma equipa coletiva portuguesa esteve presente. Nos Jogos Olímpicos que decorreram nos Países Baixos, em Amesterdão, Portugal (futebol) chegou ao quinto lugar.

A turma de Cândido de Oliveira venceu as duas primeira partidas: diante do Chile (4-2) e Jugoslávia (1-2). No entanto, na segunda ronda, onde defrontaram o Egito (1-2), acabaram por sofrer um desaire e não prosseguiram na prova. Estava dado o primeiro passo e logo com um honroso quinto lugar.

Argentina chegou à final, mas perdeu diante da Nigéria, em 1996 @Getty / GABRIEL BOUYS

Mas foi preciso esperar 68 anos até voltarmos a ver a bandeira de Portugal no mundo do futebol olímpico (1996). Num formato distinto (com fase de grupos, meias-finais e final), o conjunto de Nelo Vingada... melhorou a última prestação e chegou ao quarto lugar, apenas atrás de Nigéria, Argentina e Brasil.

Com uma equipa recheada de «estrelas» em todas as posições - Beto, Rui Jorge, Capucho, Dani, Sérgio Conceição, Nuno Gomes ou Paulo Alves -, a Seleção Nacional conquistou cinco pontos na fase de grupos e seguiu, portanto, para a próxima fase da competição. Restavam apenas oito conjuntos e o adversário acabou por ser a França. Num jogo com emoção até ao fim, Calado fez o golo decisivo. Era altura das meis-finais.

O poderio argentino de Javier Zanetti, Hernan Crespo ou Diego Simeone fez a diferença para acabar com o sonho português. Ainda assim, a melhor classificação de sempre foi alcançada e existiram apenas motivos para celebrar uma página dourada na história do desporto lusitano.

Após a glória, Atenas, em 2004, foi um ano de reflexão. Apesar dos primeiros adversários aparentarem ser «fáceis», os pupilos de José Romão ficaram pela fase de grupos, pouco tempo depois da traumatizante derrota frente à Grécia, mas na final do Euro 2004.

Julian Brandt era uma das estrelas da seleção alemã @Getty / Bruno Zanardo

Cristiano Ronaldo era a principal referência de um grupo de jovens que queria conquistar, pelo menos, uma medalha. Bruno Alves, Raul Meireles, Danny ou Hugo Viana. Primeiro jogo? Primeira derrota contra... o Iraque por 4-2. Seguiu-se, depois, um triunfo por 1-2, mas a derrota diante da Costa Rica colocou um ponto final numa aventura pouco duradoura. Um desastre que se traduziu no 14º lugar, o pior até então.

De 2004 para 2016, a última ocasião no futebol. Após uma convocatória com muita polémica à mistura, uma vez que Rui Jorge teve bastante dificuldades a definir a lista final (o selecionador apontou o dedo aos clubes), a Seleção Nacional até passou a fase de grupos, mas caiu aos pés da Alemanha (finalista) nos quartos-de-final por 0-4: sexto lugar no Brasil.

Repetir o feito

Fechamos o capítulo do futebol e voltamos para o andebol. Aqui, o histórico é bem mais pequeno e recente. Em 2021, depois de um Torneio Pré-Olímpico com proporções épicas (Rui Silva marcou no último segundo), Portugal marcou presença pela primeira vez nos Jogos Olímpicos.

Jogo épico @FFHandball/Icon Sport

Num período em que a covid-19 ainda esteve presente, a turma de Paulo Jorge Pereira contou com várias obstáculos no que toca à preparação da prova. A primeira partida, diante do Egito, teve selo africano (31-37), mas o jogo diante do Barém (25-26) carimbou os primeiros pontos na competição.

A partir daí, frente a Suécia, Dinamarca e Japão, os Heróis do Mar não arrecadaram nenhum triunfo e fecharam os Jogos Olímpicos no quinto lugar do grupo B. Para mais tarde recordar, apesar dos resultados terem ficado aquém das expectativas.

O balanço está todo feito no que toca a equipas coletivas portuguesas no Jogos Olímpicos, uma das provas com mais prestígio do desporto mundial. Agora, o próximo palco é este verão, mas em Paris, a cidade do amor. A viagem, no entanto, tem uma escala na Hungria.

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