10 mai, 2024 - 13:10 • Redação
A instituição fala em atos de vandalização por parte dos ativistas. Polícia deteve oito manifestantes na noite desta quinta-feira. Estudantes acusam a polícia de um uso excessivo da força.
A polícia voltou esta manhã à Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, depois de ter detido oito dos estudantes pró-Palestina que ocupavam o atrium da instituição desde terça-feira.
Catarina Bio, porta-voz do movimento de protesto pelo cessar-fogo em Gaza, encontra-se no local e conta à Renascença que os agentes “estão a proibir a entrada dos ativistas no interior na faculdade” e recomendam aos manifestantes que recolham os seus pertences, sob pena de “serem confiscados”.
A mesma fonte conta ainda que, ao contrário do que aconteceu na noite desta quinta-feira, os jovens não ofereceram resistência às autoridades, mas mantêm-se no exterior do edifício. Recorde-se que os estudantes acusam a polícia de um uso excessivo da força, algo que as autoridades não confirma.
Ouvido pela Renascença, Jasmin Bettencourt, estudante que participou no protesto, revela que “a polícia apareceu inesperadamente e encurralou os estudantes” que estavam a participar na ação. O também membro do Coletivo Ruptura acrescenta ainda que conseguiu abandonar o edifício, mas que viu “polícias a arrastarem e a dar com os bastões” nos ativistas que resistiram às ordens da autoridade.
Faculdade não tinha conhecimento do protesto
Catarina Bio admite que não existiu nenhum aviso prévio da ocupação. Lamenta, no entanto, aquilo que considera ser uma quebra da promessa feita pela faculdade, que assim que tomou conhecimento do que estava a acontecer transmitiu aos participantes que poderiam prosseguir com o protesto, desde que não “pusesse em causa o acesso às aulas”.
Algo que, segundo um comunicado da Reitoria da Universidade de Lisboa, não foi cumprido. O documento revela um “aumento da preocupação dos estudantes das duas instituições com possíveis interrupções de atividades previstas, letivas e não letivas”, para o qual terão contribuído “preocupantes situações de destruição do património, grafitagem e ameaça à segurança através da eliminação e arrombamento de fechaduras”, constituindo um “risco inaceitável”. A porta-voz do movimento de protesto pelo cessar-fogo em Gaza revela desconhecimento destes acontecimentos.
O movimento pró-Palestina acredita que “a responsabilidade de agir é muito maior do que qualquer repressão da polícia” e vai definir, ao final da tarde, as próximas ações de protesto.