Falta de professores e rede Wi-Fi serão desafios no arranque do novo ano letivo

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A somar à escassez de professores e ao reforço da rede de internet sem fios, neste regresso escolar existe ainda “outro desafio que tem que ver com a chegada às escolas públicas de cidadãos estrangeiros”, diz o dirigente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.

O ano letivo está quase a começar, mas com desafios pela frente. Ao Jornal Económico (JE), o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, disse que colmatar a escassez de professores e reforçar a rede de Internet sem fios (Wi-Fi) devem ser prioridades neste regresso às aulas.

Segundo Filinto Lima, até ao momento, “o Governo meteu a cabeça na areia, fingindo que não há problema”. “Desde logo apresentou 15 medidas para combater a escassez de professores”, advertiu.

Como tal, é preciso “saber se o ministério da Educação consegue atingir até dezembro deste ano civil a meta a que se propôs, que era diminuir em 90% o número de alunos que no ano anterior acabaram sem professor”. Assim, o principal desafio que se coloca é combater a escassez de docentes.

De recordar que em março deste ano mais de 40 mil alunos estavam sem professor a, pelo menos, uma disciplina. As disciplinas com maiores carências eram Educação Especial, Português, Inglês, Geografia e Matemática.

Para a ANDAEP, a medida sugerida pelo Governo representa “uma meta ambiciosa e pode ser exequível tendo em conta a adesão dos professores a cada uma das 15 medidas que foram propostas”.

Outro desafio “tem que ver com a situação no digital”. “Estamos numa era digital, disso não há dúvida, e o ministério quer fazer um balanço aos manuais digitais. Mas eu recordo que, para construir uma escola digital, precisamos de alicerces, ou seja, dotá-la de uma rede Wi-Fi, porque aquela que temos na maior parte do casos não funciona”, sublinhou Filinto Lima.

A somar à escassez de professores e ao reforço do wireless, neste regresso escolar existe ainda “outro desafio que tem que ver com a chegada às escolas públicas de cidadãos estrangeiros”. “Cada vez mais as escolas têm alunos estrangeiros e, portanto, é preciso, para fazer face a esta realidade, através de recursos humanos para os alunos aprenderem a língua não materna”, frisou o dirigente da ANDAEP.

Em fevereiro foi divulgado o relatório “Estado da Educação 2022”, pelo Conselho Nacional da Educação (CNE), que fazia um retrato do ensino em Portugal. O relatório indicava que o número de alunos estrangeiros a frequentar escolas portuguesas tem aumentado nos últimos anos e em 2021/2022 eram mais de 100 mil, o equivalente a quase um em cada 10 do universo total.

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