"Os civis que tentavam fugir do território ocupado pelos russos estão em cativeiro. De acordo com os dados iniciais, são entre 35 e 40. Os russos estão a mantê-los juntos, usando-os como escudos humanos", disse o chefe do departamento regional de investigação policial, Serguii Bolvinov.
"Sabemos que os russos dispararam cinicamente sobre um homem idoso que tentava fugir para território controlado pela Ucrânia", acrescentou Bolvinov, garantindo que o homem foi baleado na cabeça.
Estas informações confirmam o que foi dito pelo ministro do Interior ucraniano, que relatou a existência de civis feitos prisioneiros em Vovchansk, bem como pelo menos uma execução sumária.
Os soldados russos foram acusados de numerosos abusos documentados na Ucrânia, em particular um massacre de civis em Bucha, um subúrbio de Kyiv ocupado no início da invasão.
Moscovo negou estes crimes cometidos na primavera de 2022, alegando que se tratou de uma encenação ucraniana, apesar dos numerosos testemunhos, pistas e provas que implicam os militares russos.
No norte da Ucrânia, na aldeia de Yaguidné, 367 dos cerca de 400 habitantes, incluindo cerca de 50 crianças, foram agrupados à força pelos russos em caves sem janelas nem casas de banho, onde permaneceram durante 27 dias, em março de 2022, até à libertação desta localidade pelo Exército ucraniano.
Nessa altura, 11 pessoas morreram naquela aldeia e estas caves, apelidadas de "adegas da morte", tornaram-se um símbolo dos crimes de guerra cometidos contra civis.
A Rússia é acusada de outros crimes de guerra, como a deportação de crianças ucranianas, tendo Vladimir Putin sido alvo de um mandado de detenção pelo Tribunal Penal Internacional.
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